Desconfiança persiste: desde 2013, consumidores mantêm pessimismo em relação à economia do país

Paulo Henrique Lobato
phlobato@hojeemdia.com.br
02/01/2020 às 21:38.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:10
 (Agência Brasil )

(Agência Brasil )

Janeiro de 2020 irá marcar a economia de Belo Horizonte de forma desagradável. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), único indicador mensal que sintetiza a opinião dos compradores na capital em relação a diversos aspectos conjunturais – e que afetam suas decisões de gastos –, terá novamente uma nota considerada pessimista. Está sendo assim desde janeiro de 2013, última vez que a pontuação foi classificada como positiva. 

O ICC é elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG) com base em seis componentes, entre eles inflação e desemprego. A nota média oscila de zero a 100 pontos. Abaixo de 50, o resultado mostra que os consumidores estão pessimistas com a economia. Acima, otimistas. Em janeiro de 2013, última vez em que o indicador ficou positivo, a marca foi de 50,5 pontos.

É com base no ICC que lojistas aumentam ou reduzem estoques de mercadorias ou planejam contratações efetivas ou temporárias. O indicador de janeiro deste ano e o de dezembro do ano passado serão divulgados em breve, mas é certo que não irão atingir a marca dos 50 pontos. No último boletim da Fundação Ipead/UFMG, referente a novembro, o índice ficou em 39,08 pontos.

Mais que a longa distância desta pontuação até a nota 50, que é a fronteira entre o pessimismo e o otimismo, o ICC de novembro foi menor do que o de janeiro de 2019 (39,27). Em outras palavras, corre o risco de o ICC no acumulado do ano passado decrescer, caso o indicador referente a dezembro, que será divulgado na terça-feira que vem, não ultrapasse o de janeiro (39,27).

“Já faz muito tempo que não ultrapassa os 50 pontos. De janeiro (39,27) a novembro (39,08), observamos uma queda de 0,85%. Acabou recuando. O de novembro de 2019 (39,08) foi menor, inclusive, que o do mesmo mês de 2018 (39,42)”, recordou Taize Martins, coordenadora de pesquisas da Fundação Ipead.

Ela atribui a desconfiança dos consumidores ao componente desemprego, um dos seis que formam o ICC. “No ano de 2019, (o componente desemprego) apresentou queda. Registrou a menor pontuação. Diante disso, o índice perdeu força no decorrer do ano”. 

O componente emprego obteve nota, também numa escala de zero a 100, de 25,89 em novembro passado. Em janeiro de 2019, o resultado foi ainda menor: 24,64. Houve uma melhora, mas ainda está longe de chegar à pontuação 50.

“Isso (a recuperação) é a longo prazo. Não é uma recuperação tão rápida e acentuada”, disse a coordenadora da Fundação Ipead/UFMG.

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