Diagnóstico do governo de transição aponta que déficit em Minas pode chegar a R$ 30 bilhões

Rafaela Matias
11/12/2018 às 18:36.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:31
 (Rafaela Matias/Hoje em Dia)

(Rafaela Matias/Hoje em Dia)

O déficit do Estado de Minas Gerais atualmente pode chegar a R$ 30 bilhões, segundo diagnóstico apresentado pela equipe de transição do governador eleito, Romeu Zema (Novo). 

Para Mateus Simões, que coordenou o trabalho de análise realizado nos últimos  21 dias, os cerca de R$ 11,4 bilhões apresentados pelo atual governo não reproduzem a realidade e mascaram uma situação ainda mais preocupante. 

“Nós temos certeza de que o déficit é de pelo menos R$ 23,5 bilhões, podendo chegar a R$ 30 bilhões, mas o governo atual parece ignorar essa diferença”, disse Simões. 

Para ele, o maior desafio a ser enfrentado pela próxima gestão é o tamanho da folha de pagamento dos servidores, responsável pela despesa majoritária do Estado atualmente.

“Claramente o maior problema hoje é o tamanho da folha de pagamento. O valor subiu duas vezes mais que inflação no caso dos ativos e três vezes mais no caso dos inativos. Se continuar como está, até 2022 toda a arrecadação de Minas será dedicada ao pagamento da folha. Não haverá receita nem para pagar a conta de luz”, afirmou. 

Sobre uma possível reforma da Previdência, Simões afirmou que o governo estadual deve agir em conjunto com a esfera federal.

“O problema da Previdência é nacional e aqui em Minas ele é gravíssimo. Estamos falando em R$ 16 bilhões de déficit só em 2018. Poderíamos até resolver localmente mudando a alíquota, por exemplo, mas o ideal é agir em conjunto com o governo federal, para que o cidadão sofra o mínimo possível”, disse. 

Sobre a necessidade de medidas impopulares, como a redução de gastos que impactem diretamente o servidor, Mateus afirmou que o governo está disposto a agir como for preciso. “Impopular pra mim é pagar salário em 3 vezes. Responsabilidade não é impopular. Nos últimos 15 anos a arrecadação estadual cresceu 60% e o peso da folha cresceu 112%. Isso não é razoável”, completou.

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