Diamante bruto: Ao lado de ícones como Pajero e Lancer, Starion também deixou marca na terra

Marcelo Jabulas
@mjabulas
22/03/2021 às 17:46.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:28
 (Mitsubishi/Divulgação)

(Mitsubishi/Divulgação)

Esportivos japoneses surgiram nos anos 1960, com modelos como Toyota 2000GT, Honda 600s e Nissan GT-R. A Mitsubishi demorou para desenvolver um carro puramente esportivo. Durante toda década de 1970, o máximo de “esportividade” que ela oferecia era a versão duas portas do Galant. E foi somente em 1981, que ela lançou o Starion. O cupê era uma resposta ao Celica Supra, RX-7 e 280 ZX e que antecedeu o Eclipse e 3200 GTO.

O esportivo seguia o estilo de carroceria do Porsche 924, com para-brisas traseiro envolvente e faróis escamoteáveis, receita que também tinha sido copiada pela Mazda. Não demorou para o carro chegar aos Estados Unidos, vendido como Chrysler Conquest.

A marca japonesa estava envolvida com provas de rali, tendo disputado o Dakar na década de 1970, com o Lancer 1600 GSR e tinha iniciado a dinastia do Pajero, nos anos 1980. Mas ela precisava de um carro para correr nas diferentes categorias de rali da FIA. E o Starion surgiu como opção e logo passou a disputar provas pela marca.

Seu desempenho não foi dos melhores e, apesar de ter vencido provas no Grupo A do WRC, esse carro teve seu grande momento com a versão Starion 4WD desenvolvida para correr no alucinante Grupo B da FIA.

Para correr na categoria, como o nome indica, ele recebeu tração integral, herdada do Pajero. No Grupo B, um dos segredos era o comprimento total do carro. Afinal, para entrar numa curva de uma trilha estreita a toda e com toda sorte de obstáculos nas bordas, quanto menor a carroceria, melhor.

Para se ter uma ideia, o Audi Quattro teve entre-eixos reduzido para melhorar seu “handling”; o Peugeot 205 T16 era compacto por natureza; e o Starion teve os faróis escamoteáveis substituídos por peças fixas, que eram mais leves e reduziam as medidas em 15 cm. O motor 2.0 original foi trocado pela unidade Sirius Das, de 355 cv, que contava com gerenciamento eletrônico das válvulas de admissão.

Entre 1983 e 1987 o Starion teve bom desempenho nos ralis, como a primeira colocação na Classe Experimental, no Paris-Dakar de 1983. Mesmo sem grande performance na terra, o Starion deixou ensinamentos importantes para a Mitsubishi, que foram levados adiante.

O modelo foi substituído pelo Galant VR-4, que também não foi nenhum exemplo de performance, tendo como melhor colocação um segundo lugar na temporada de 1989, até a chegada do Lancer Evolution, que conquistou os quatro títulos que a marca japonesa tem no WRC.

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