A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) reforçou nesta quarta-feira (13) que está confiante em seu retorno à presidência da República. Em entrevista exclusiva para a rádio Itatiaia, ela garantiu que "não há razão constitucional explícita para o impeachment".

Dilma garantiu que, independente do resultado dos senadores, que avaliam o processo que pode tirá-la em definitivo do comando do Brasil, não pretende manter contato ou sequer conversar com os peemedebistas Eduardo Cunha e Michel Temer. 

"Não tenho problema pessoal com nenhum deles, mas tenho avaliação de caráter. (...) A democracia faz com que tenhamos que conviver com todo tipo de pessoa, mas não pretendo encontrá-los", declarou, afirmando que não tem sentimento de vingança ou retaliação em relação aos dois políticos.

Questionada se há arrependimento de ter feito aliança com o PMDB, Dilma defendeu que o partido foi fundamental em um período para que o país fosse governado. Contudo, conforme ela, o cenário mudou. "A aliança com o PMDB não foi absurda, mas nós erramos em uma parte".

Injustiça

Durante a entrevista, Dilma avaliou o governo interino de Michel Temer e declarou que não consegue encontrar qualidade na atual gestão, já que o atual governo teria cometido um "pecado original". "Tem uma falha grave: o governo não foi eleito para cumprir o programa que está querendo cumprir. (...) Eles não passaram pelo crivo das urnas", observou.

A presidente afastada disse também que não saiu ilesa do que considera uma grande injustiça, mas afirmou ter forças para reassumir o comando do Brasil. "Acredito na minha volta. As razões estão do meu lado".

A presidente afastada ainda rebateu as críticas do governo provisório, de que gastou muito com Educação e Saúde. Para Dilma, as duas áreas precisam de uma atenção especial e mais investimento.

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