Dilma veta indicado de minstro Pimentel para Valec

Amália Goulart - Do Hoje em Dia
20/11/2012 às 13:00.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:26
 (Flávio Tavares / Arquivo Hoje em Dia)

(Flávio Tavares / Arquivo Hoje em Dia)

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), teve a primeira derrota política no governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele indicou o ex-secretário de Obras de Belo Horizonte Murilo Valadares (PT) presidir a Valec, empresa pública ferroviária. Porém, quem ocupará a vaga será um integrante da ala paulista do PSB.

Nos bastidores, Dilma teria descartado o pedido de Pimentel por avaliar que, politicamente, seria melhor atender à reivindicação dos socialistas. Dessa maneira, agradaria ao governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. O Hoje em Dia mostrou, ontem, a disputa entre Fernando Pimentel e a direção do PSB pela Valec.

A empresa pública acumula um orçamento de R$ 1,8 bilhão e diversos problemas de gestão. Ontem, a reportagem não conseguiu contato com o presidente estadual do PT, deputado federal Reginaldo Lopes, e com Murilo Valadares. O ex-secretário reassumiu o cargo que ocupou na Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab).

Desde que foi nomeado secretário de Obras, na gestão do então prefeito Fernando Pimentel, Valadares mantém o cargo. Na administração municipal, por exemplo, optou por receber o salário pago na Cohab, de R$ 22,9 mil, conforme planilha da própria prefeitura.

Sem cargos

O PT mineiro busca alocar quadros oriundos da gestão do prefeito Marcio Lacerda (PSB) no governo federal. A primeira tentativa foi a de Valadares. Ainda há expectativa de conseguir lugar para o ex-procurador geral Marco Antônio Rezende e para o vice-prefeito Roberto Carvalho. O último é cotado para um cargo de segundo escalão no Ministério do Planejamento.

Corrupção

A disputa pela Valec foi intensa em virtude do orçamento bilionário do órgão. Mas a empresa é alvo de denúncias de corrupção que provocaram a prisão do ex-presidente e a paralisação parcial nas obras em trecho da maior ferrovia brasileira em construção.

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a suspensão de contratos na parte da ferrovia Norte-Sul que passa por Minas Gerais, depois de encontrar irregularidades graves na execução da obra, nos lotes que vão de Rio Arantes, em Minas, a Ouro Verde, em Goiás.

Pediu correção à Valec, que não atendeu. Com isso, a determinação é pela paralisação das obras. O ministro Augusto Sherman, relator do caso, alega que a Valec não fez sondagens no leito da ferrovia. Ou seja, não se sabe o que tem no solo onde é construída a ferrovia.

Além disso, não apresentou estudos sobre como pretende vencer o problema do cruzamento da linha férrea com linhas de transmissão de energia elétrica.

A Norte-Sul está orçada em R$ 2 bilhões. A previsão é de construir 4,5 mil quilômetros de ferrovia, ligando os estados do Pará ao Rio Grande do Sul.
 

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