
O advogado do doleiro Alberto Youssef informou que fará pedido de esclarecimento à Justiça Federal sobre a citação do nome do ex-governador de Minas, Antonio Augusto Anastasia, nas investigações da Operação "Lava Jato". Nesta semana, o policial Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca, disse que entregou R$ 1 milhão a Anastasia em 2010.
Contudo, conforme o colunista Lauro Jardim, o defensor Antonio Figueiredo Basto garantiu que seu cliente nunca citou o nome do ex-governador em sua delação premiada. Ele disse que tomará as medidas cabíveis para esclarecer as declarações falsas na próxima segunda-feira (12).
Anastasia já havia repudiado a acusação "com forte indignação" e afirmou que não tem qualquer relação com a Petrobras. "Não conheço este cidadão, nunca estive ou falei com ele. Da mesma forma não conheço, nunca estive ou falei com o doleiro Alberto Youssef", escreveu o tucano em sua conta no Facebook.
Segundo reportagem de quinta-feira (8) do jornal Folha de São Paulo, o policial afirma que levou o dinheiro a uma casa em Belo Horizonte e que Youssef teria dito que o destinatário era o então candidato do PSDB ao governo do Estado. "Tempos mais tarde, vendo os resultados eleitorais, identifiquei que o candidato que ganhou a eleição em Minas era a pessoa para quem eu levei o dinheiro", diz o policial em depoimento.
Antonio Anastasia contesta a fala de Careca e diz que "é muito estranho o alegado encontro de um Governador de Estado em uma casa que não é sua, com um desconhecido, para receber dinheiro".
O ex-governador de Minas afirmou ainda que já contratou um advogado e se colocou à disposição para uma acareação com o policial. Anastasia disse que vai "solicitar o completo esclarecimento do episódio", com a "verificação de qual seria a tal casa, a data deste alegado encontro, o meio de locomoção utilizado e todos os demais elementos para demonstrar, de forma cabal, a inverdade do depoimento".
Ao contrário de outros políticos citados, o caso de Anastasia está sendo tratado na Justiça Federal do Paraná, uma vez que as acusações foram feitas em um período que o tucano não tinha foro privilegiado. O caso poderá ser encaminhado para a Procuradoria-Geral da República porque Anastasia retomou o foro ao ser diplomado pela Justiça Eleitoral no mês passado.