Duas empresas do Estado estão entre as cinco com maior rentabilidade na Bovespa neste ano

Tatiana Moraes
Hoje em Dia - Belo Horizonte
06/05/2017 às 19:04.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:26

Das cinco empresas que mais se destacaram na Bolsa de Valores nos primeiros meses do ano, entre janeiro e a última sexta-feira, duas nasceram em Minas Gerais. Embora com perfis bem diferentes, MRV e Localiza têm um ponto forte em comum: são líderes de mercado no segmento em que atuam. Entre as mineiras, a construtora foi a mais bem posicionada no levantamento, elaborado pela UpSide Investors, ocupando o terceiro lugar. Somente em 2017, a ação da empresa valorizou 43,84% na Bovespa.

Na sexta-feira, o papel da companhia valia R$ 15,36, contra R$ 10,67 no começo do ano. A Localiza aparece em quarto lugar no ranking, com valorização de 40,19%. No dia 5, a ação dela era comercializada a R$ 45,48, valor bem maior do que os R$ 32,44 negociados no primeiro mês deste ano.

Para o diretor da Mundivest Corretora, João Lanza, a boa posição das mineiras na lista é justificada pela solidez e governança das empresas. “Quando o mercado da construção sofreu, a MRV se manteve bem. Ela tem foco, bom banco de terrenos, tem modelo construtivo rápido e linha própria. A Localiza, assim como a MRV, é muito bem administrada. São empresas com perspectivas boas e o mercado responde bem”, afirma.

Solidez
De acordo com o gestor executivo de Relações com Investidores da MRV, Matheus Torga, durante o acirramento da crise, a companhia usou o sólido caixa para reinvestir o capital. “Aproveitamos nossa robusta solidez financeira para investir no sistema, nas pessoas e em banco de terrenos, uma vez que isso é matéria prima para o nosso negócio”, afirmou.

No primeiro trimestre deste ano, a construtora registrou recorde trimestral em lançamentos, com Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 1,2 bilhão. “É o primeiro passo para um largo crescimento”, diz Torga. Ele destaca que a empresa tem como plano para o médio prazo vender 50 mil unidades por ano. Para o longo prazo, a projeção é ainda mais ambiciosa: comercializar 60 mil unidades anualmente. Hoje, são vendidos 40 mil por ano.

Reinvestir o capital também faz parte da estratégia da Localiza, que registrou lucro líquido de R$ 409 milhões em 2016, elevação de 1,7% contra 2015. No primeiro trimestre de 2017, quando o cenário econômico começou a dar sinais de melhoria, o desempenho da empresa deu um salto, com aumento de 16,8% na comparação com igual período anterior.

Segundo o diretor Finanças e Relações com Investidores da Localiza, Roberto Mendes, a companhia tem como hábito remunerar os investidores com algo próximo a 25% do lucro, conforme o mínimo determinado no estatuto.

O bom resultado em 2016, no entanto, permitiu que fosse pago aos acionistas 33,5% do lucro, quase 10 pontos percentuais acima do previsto no estatuto.

Instabilidade internacional ainda prejudica siderúrgicas

O setor siderúrgico aguarda estabilização do mercado internacional para que os papéis das empresas listadas na bolsa voltem a valorizar. Entre as companhias do segmento que negociam ações na Bovespa, a Usiminas foi a única a registrar desempenho positivo entre janeiro e a última sexta-feira, com elevação de 3,17%.

Em contrapartida, a CSN despencou 31,89%, a Gerdau desvalorizou 12,31% e a Metalúrgica Gerdau caiu 10%. Embora as previsões para o Brasil em 2017 não sejam das piores, a China tem apresentado fracos investimentos em infraestrutura, puxando os números para baixo.

“Segundo a World Steel Association, a siderurgia vai crescer 1% neste ano, enquanto o Brasil vai melhorar 2,7%. A China é muito forte, puxa os números mesmo”, justifica o chefe de pesquisas da UpSide Investors, Pedro Galdi. No restante do mundo, as eleições na França e no Reino Unido interrompem os aportes em infraestrutura, brecando ainda mais o setor.

Galdi ressalta, no entanto, que o mercado de ações, pelo menos em solo tupiniquim, tende a melhorar a partir de junho, quando a reforma da Previdência deve ser apreciada pelo Senado, com grandes chances de aprovação. Ele destaca que os investidores estão ansiosos pela implantação das mudanças no país.

“O mercado financeiro vê as reformas, tanto a previdenciária quanto a trabalhista, com euforia. Quando alguma informação dizendo que o texto andou em alguma Casa surge, o mercado vai às alturas, e o contrário também acontece”, diz Galdi.

Para o diretor da Mundivest Corretora, João Lanza, os investidores entendem que a aprovação das reformas são capazes de gerar empregos e atrair empresas estrangeiras para o país, melhorando a renda do brasileiro e, como consequência, movimentando o comércio e a indústria.

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