Assim como na valsa que virou hino do Réveillon brasileiro, as empresas não viam a hora de dar adeus ao ano velho para desejar feliz ano novo. Depois do pibinho de 2013 e dos baixos resultados da indústria, as companhias depositam as esperanças em 2014, quando haverá Copa do Mundo e eleições no Brasil. Para garantir o crescimento, entretanto, elas precisarão buscar novas estratégias para os negócios e profissionais.

Pesquisa da consultoria Michael Page, especializada em recrutamento de executivos para média e alta gerência, que listou as dez profissões que estarão em alta neste ano, mostra que áreas ligadas ao marketing e obras de infraestrutura estão no auge. Segundo o levantamento, principalmente dois profissionais podem esperar um mercado aquecido em 2014: o que atua com marketing digital e com marketing e vendas.

O topo no ranking das carreiras foi conquistado, entre outros fatores, em função do aumento da demanda no comércio varejista digital. De acordo com projeção da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o mercado brasileiro de e-commerce deve fechar 2013 com um crescimento de 29% em vendas e um faturamento total de R$ 31 bilhões, o equivalente a 3% das vendas totais do varejo brasileiro. Os valores ainda estão longe do nível do mercado americano, por exemplo, que movimenta US$ 300 bilhões. No entanto, a expansão nacional é suficiente para manter as empresas animadas.

E com mais gente no ambiente on-line, usando, contratando serviços ou fazendo compras via web, a qualidade do relacionamento com o cliente no ambiente digital precisa ser aprimorada. “A competição vem aumentando e posicionar bem as marcas para um grupo de mais de 40 milhões novos consumidores no país que migraram à classe média é o foco”, diz o presidente da Michael Page no Brasil, Paulo Pontes.

Especialistas da área de infraestrutura também encontrarão boas oportunidades, segundo a pesquisa elaborada em dezembro nos escritórios da Michael Page em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Recife, além de Belo Horizonte. “Há demanda acelerada por adequação da infraestrutura brasileira, fruto dos grandes eventos globais, aliada à necessidade de melhoria significativa na nossa condição logística para recuperar a competitividade no mercado internacional com relação aos produtos fabricado no país”, afirma.

Outra área bem cotada é o Planejamento Comercial, ou Go to market. Como 2013 foi um ano apertado para a indústria de bens de consumo e as projeções para 2014 são de um mercado muito mais competitivo e com margens de lucros menores, é necessário que as empresas criem carreiras com foco mais estratégico nas ações comerciais e carreiras com viés analítico.

A necessidade de maior controle sobre o retorno financeiro das obras também abriu caminho para os engenheiros de orçamento. Já a expectativa da indústria de petróleo ter um 2014 mais próspero colocará em destaque geocientistas, que são geofísicos ou geólogos.

Engenheiros de segurança do trabalho, em função da maior preocupação das empresas e sociedade com a saúde do trabalhador e a perspectiva de maior volume de obras de infraestrutura, e atuários, devido ao bom momento do mercado de seguros e resseguros, também devem ter mais facilidade para conseguir um lugar ao sol. Cientistas de dados, já que as tecnologias são cada vez mais modernas e os sistemas, mais velozes, aparecem em oitavo na lista.

Logo atrás, estão Direito e Ciências Contábeis, formações que ajudam a decifrar a complexidade fiscal brasileira. Em 10º, figuram engenharia e economia, com a exigência pelo mercado de profissionais em posições de modelagem financeira e viabilidade de novos negócios e projetos.

Setor de Recursos Humanos em alta na RMBH

Além das profissões descritas na lista da consultoria Michael Page no país, a Região Metropolitana de Belo Horizonte tem outras cinco profissões em destaque. Desta vez, encabeça o ranking o gerente de Recursos Humanos, seja ele psicólogo ou administrador com pós em gestão de pessoas. “Essa já não é uma realidade de São Paulo ou Rio, mas em BH, até há pouco tempo, muitas empresas só tinham departamento pessoal, sem visão estratégica”, diz o diretor do escritório em BH, André Nolasco. Segundo ele, o gerente de RH também deve estar apto para mapear competências e avaliar a equipe, em caso de dispensas após um longo período de contratações.

Falando em reduzir custos, o controller será especialmente demandado neste momento de incertezas na economia, para implementar melhores práticas e acompanhar de perto o orçamento. A formação exigida é economia ou contabilidade, com passagem em auditorias.

Os cargos de gerente de supply chain (curso superior em administração, com experiência prática na área de logística), para trabalhar com uma cadeia de fornecedores mais complexa, e gerente de obras e galpões logísticos (engenheiros), principalmente para as regiões do Vetor Norte e de Betim, estarão em alta. O gerente de contas, com perfil moderno, capaz de ampliar as vendas e oferecer soluções aos clientes, também estará no alvo do mercado em 2014.
 

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