Agência do Bradesco em BH vira "Porta do Inferno" durante protesto de bancários

Jean Piter e Álvaro Castro - Hoje em Dia
28/05/2013 às 13:39.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:38
 (Álvaro Castro/Hoje em Dia)

(Álvaro Castro/Hoje em Dia)

A porta da agência do Bradesco, na Rua da Bahia com Goiás, no Centro de Belo Horizonte, foi palco de um protesto na manhã desta terça-feira (28). Dezenas de bancários estiveram no local para cobrar mais segurança, melhores condições de trabalho e o fim das demissões na instituição.

Para ilustrar a situação preocupante da segurança de clientes e funcionários, representantes do Sindicado dos Bancários de BH e Região colocaram na frente da agência uma porta fictícia com os dizeres "Bradescão - Porta do Inferno".

"O Bradesco é o único banco que não tem porta de segurança em todas as sua agências. Essa unidade aqui da Rua da Bahia com Goiás é uma delas. O vigilante fica com a mão na arma, na porta do banco. Isso é um risco muito grande para a população e para os funcionários", destaca Clotário Cardoso, presidente do sindicato da categoria.
 


Outra reclamação dos trabalhadores é que as agências do Bradesco não possuem biombos - painel de material opaco, com no mínimo dois metros de altura, no espaço entre o caixa e a fila de espera. O ítem é exigido pela Lei Municipal 10.200/2011, que está em vigor.

Ainda de acordo com o sindicato, a falta desse aparato de segurança tem colocado o Bradesco na liderança dos casos do crime conhecido como saidinha de banco. Segundo a Polícia Militar, em 2012, foram registrados 63 ocorrências deste tipo na região Central de Belo Horizonte. Pelo menos 58 deles ocorreram em três bancos que não possuem os biombos de proteção. Por questão de segurança, a corporação não divulga quais são essas instituições.

Condições de trabalho
 

O presidente do sindicato também alega que os funcionários vem sofrendo assédio moral para atingir as metas impostas pelo banco. Ele alega que o esforço dos trabalhadores fez com que a instituição registrasse um lucro líquido de R$ 3,5 bilhões no primeiro trimestre de 2013. Mesmo assim, no mesmo período, mais de 1.500 pessoas foram demitidas.

Posicionamento do Banco

A reportagem do Hoje em Dia entrou em contato com a assessoria de imprensa do Bradesco para saber o posicionamento da instituição. Após contato telefônico, um e-mail com as quetões sobre segurança, assédio moral, lucro e demissões foi enviado às 11h20. Quatorze minutos depois, veio a seguinte resposta: "O banco não comenta".

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