AIE prevê que a demanda de petróleo crescerá com força em 2014

AFP
11/07/2013 às 18:54.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:59

PARIS - A Agência Internacional da Energia (AIE) prevê que em 2014 a demanda de petróleo crescerá com força graças à recuperação econômica depois de ter começado a melhorar em 2013.

A agência energética dos países desenvolvidos publicou sua primeira previsão detalhada para 2014, em que espera uma alta do consumo em 1,2 milhão de barris em relação a 2013.

A demanda alcançaria assim um novo recorde de 92 milhões de barris diários (mbd), graças a uma melhora da economia mundial.

Apesar do recorde não ser uma surpresa - o consumo mundial de petróleo bate regularmente seu nível a cada ano - este ritmo significaria uma aceleração em relação a 2013, que ao final do ano, terá registrado um aumento da demanda de cerca de 930.000 barris diários.

Este resultado significa uma revisão para cima da demanda de cerca de 145.000 barris diários este mês, a 90,8 mbd, disse a AIE em seu relatório mensal.

"Um clima incomumente frio para a temporada na OCDE se traduziu em uma demanda surpreendente, em um momento do ano - o segundo trimestre - em que a demanda costuma alcançar seu ponto mais baixo", disse a agência com sede em Paris.

Segundo a AIE, o frio aumentou a demanda em 645.000 barris por dia adicionais no segundo trimestre.

Contudo, estas previsões para 2013 e 2014 não leva em conta a revisão para baixo de 0,2 ponto percentual do crescimento econômico mundial este ano e no próximo anunciado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado muito tarde para entrar no relatório mensal, explica a agência.

Segundo o FMI, o crescimento mundial deveria chegar a 3,1% este ano antes de acelerar a 3,8% no próximo.

Na quarta-feira, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) anunciou que prevê um crescimento de 1,04 mbd da demanda no próximo ano, devido, também a uma previsão de melhora econômica.

Os motores deste crescimento serão os países emergentes, apesar de os sinais de desaceleração na China começarem a preocupar.

Segundo a AIE, o gigante asiático e segunda economia mundial representará apenas 385.000 barris diários adicionais de consumo no próximo ano.

Qunato à oferta, a AIE destaca que o mercado petrolífero mundial está tenso pelos incidentes na Líbia, Nigéria e Iraque, que reduziram a produção da OPEP em 370 mil barris diários.

Além do impacto da situação no Egito, cujo canal de Suez é vital para o transporte de petróleo, os preços subiram devido às inundações no estado canadense de Alberta e pela redução da produção das refinarias nos Estados Unidos, apesar de uma situação econômica medíocre.

A oferta mundial de petróleo caiu no mês passado a 91,2 mbd, segundo a AIE.

Os países que não pertencem à OPEP não puderam compensar esta queda apesar de o crescimento de sua produção "parecer estar em vias de alcançar seu nível mais alto em 20 anos em 2014", a 55,9 mbd em 2014, um aumento esperado de 1,3 mbd, segundo a AIE.

Este crescimento se deve fundamentalmente ao desenvolvimento do gás e do petróleo de xisto na América do Norte, assim como o aumento esperado no Brasil, Cazaquistão e Sudão do Sul.

Nos Estados Unidos, a produção chegou a 7,3 mbd no segundo trimestre, 1 mbd a mais em um ano.

Na quinta-feira na Ásia, o barril de referência norte-americano (WTI) era cotado a 106,27 dólares, enquanto o do Brent era comercializado em Londres a 108,19 dólares. O WTI subiu quase 12 dólares no mês passado, enquanto o Brent permaneceu bastante estável.

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