Alta do dólar já afetou vendas de importados, diz Abeifa

Igor Gadelha
10/03/2015 às 13:15.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:17

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), Marcel Visconde, avaliou nesta terça-feira, 10, que a queda de 32,5% nas vendas de veículos importados novos em fevereiro ante igual mês do ano passado foi consequência principalmente do "baixíssimo" índice de confiança do consumidor brasileiro e do "overshooting" do dólar nos últimos 60 dias. Ele citou também o menor número de dias úteis em fevereiro, por conta do carnaval, como um dos fatores negativos.

Em entrevista coletiva para comentar os resultados de fevereiro, o executivo destacou que o nível de confiança do consumidor chegou ao menor nível desde 2001, frente à falta de perspectivas positivas para a economia. "Não existem indicadores que vislumbrem otimismo", disse. Ele ressaltou ainda que a alta do dólar, que subiu quase 20% nas últimas três semanas, também "sangra" para o importador brasileiro. "Como hoje o mercado não absorve esse aumento, ficamos em situação incômoda", afirmou.

O presidente da Abeifa comentou que o repasse da moeda norte-americana para o preço foi "muito pequeno" até agora, mas reconheceu que ele se tornará inevitável quando os estoques atuais se reduzirem. De acordo com o executivo, está difícil saber qual será a cotação do dólar nos próximos meses. Ele arriscou, porém, que a tendência é de alta. Sob o argumento que não há sinais de melhora da conjuntura econômica, Visconde reconhece que as demissões "não estão longe do radar" das concessionárias de importados no Brasil, "nem a redução de estrutura". O executivo ponderou, contudo, que a intensidade desse movimento vai variar por associado.

A previsão da entidade é que os emplacamentos de automóveis e comerciais leves importados novos deverão totalizar 84.300 unidades em 2015, queda 10% na comparação com as 93.683 licenciadas no ano passado. Desta forma, os importados deverão manter o nível de participação no mercado brasileiro "em torno de 3%", contra 2,9% em 2014.
http://www.estadao.com.br

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