Apagão de mão de obra no Brasil chega ao primeiro escalão

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
21/07/2013 às 08:17.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:14

Com taxas que indicam pleno emprego há muitos meses, o Brasil vive uma escassez de profissionais qualificados não só em cargos operacionais, mas também para funções da parte de cima da pirâmide organizacional. Gerentes, superintendentes, diretores e executivos, cujos salários chegam à casa dos R$ 30 mil, são disputados pelas grandes companhias.

E engana-se quem pensa que o atual baixo crescimento econômico e industrial jogou água fria no mercado de trabalho em ebulição. Especialmente em tempos de crise, o profissional de primeiro time é alvo da caçada de empresas de recrutamento e headhunters.

“Mesmo hoje, com o cenário econômico instável, existem dificuldades enormes para encontrar um bom executivo. Eles são fundamentais para gerir crises, por isso raramente estão disponíveis”, diz Fernando Guedes, diretor da Fesa em BH, uma das maiores consultorias de altos executivos da América Latina. Enquanto a taxa de desemprego no país está em torno de 6%, entre os executivos de alto escalão, segundo ele, o índice é ainda menor.

Com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Campinas e Porto Alegre, a Fesa chegou à capital mineira há dois meses, justamente para entender melhor a dinâmica do mercado local e as necessidades específicas do universo corporativo mineiro.

Em pouco tempo, Guedes traçou um panorama. No Estado, atualmente, destacam-se as vagas na engenharia, construção civil, setor de serviços e Tecnologia da Informação (TI).

Com a aprovação do novo marco regulatório da mineração, em tramitação no Congresso, também é forte a tendência de abertura de postos de trabalho no segmento. A expectativa é a de que, com a nova regulamentação, projetos de exploração de novas jazidas que estavam engavetados saiam do papel. E a consequência disso será um boom de contratações.

“Executivos das áreas de construções de grande porte, equipamentos, serviços e soluções para mineração devem ser beneficiados com o novo marco”, afirma.

Empresas tradicionalmente familiares também carecem de profissionais de primeiro nível para fazer o negócio expandir. Na média, os clientes da Fesa em Minas faturam em torno de R$ 80 milhões por ano.

De acordo com a diretora- executiva do grupo Catho em Belo Horizonte, Lizete Araújo, além dos cargos de diretoria, cujos salários de R$ 30 mil saltam aos olhos, há vagas para programadores e profissionais nas áreas de construção pesada, civil e de projetos que pagam de R$ 15 mil a R$ 25 mil. “Tanto em Minas como em Belo Horizonte, as oportunidades estão concentradas nesses segmentos”, detalha Lizete Araújo.

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