Apesar da enorme crise hídrica, ministro volta a afastar risco de racionamento de energia

Evaldo Magalhães
portal@hojeemdia.com.br
12/08/2021 às 15:47.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:40
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, voltou a afastar, nesta quinta-feira (12), o risco de racionamento de energia elétrica no país, nos próximos meses, em razão da estiagem que tem afetado os principais reservatórios de usinas das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Segundo o ministro, que participou, pela manhã, do lançamento do Programa Minas do Hidrogênio, na sede da Federação das Indústrias do Estado (FIemg), em BH, embora o Brasil esteja passando pelo pior período de seca em quase um século, e a retomada econômica eleve a demanda por eletricidade, a oferta não deverá ser comprometida.

"Não trabalhamos com hipótese de racionamento, porque temos oferta de energia suficiente para atender a demanda", disse Albuquerque. "Nossa preocupação é preservar os reservatórios de água das nossas hidrelétricas, que são vitais e por conta da baixa afluência (das chuvas), baixam seus níveis. Trabalhamos para que, nos anos vindouros, nao tenhamos esse tipo de problema", acrescentou.

O ministro também destacou que tem havido colaboração de grandes consumidores e clientes residenciais das distribuidoras de energia, no sentido de economizar luz. "Observamos por parte de grandes consumidores e dos consumidores residenciais uma postura de colaboração com esse momento, uma conjuntura hidroenergética bastante desfavorável", ressaltou. "A sociedade, de uma maneira geral, está sensibilizada",

O ministro também reafirmou que, já em setembro, deve ser colocado em prática um novo programa de bonificação para quem poupar energia (indústrias e outros consumidores, inclusive residenciais). "Até o final deste mês, vamos estar com tudo preparado. Evidentemente, isso é um trabalho feito com a industria, representantes de consumidores, e vamos apresentar esse plano, que vai entrar em vigor em primeiro de setembro", disse.

Hidrogênio Verde

Lançado nesta quinta-feira na sede da Fiemg, O programa Minas do Hidrogênio prevê o uso do chamado "hidrogênio verde", uma nova tendência de energia renovável obtida da eletrólise da água ou da biomassa e biocombustíveis, como etanol e o metano. Minas Gerais, com abundância de todos esses recursos e com todos os mecanismos para desenvolver o combustível, inicia, segundo a entidade, "uma trajetória de investimentos para tornar robusta toda a cadeia produtiva do setor: da molécula à produção dos equipamentos e o desenvolvimento tecnológico.

“O momento é propício para Minas Gerais ser protagonista na geração de hidrogênio”, afirmou o presidente da Federação mineira, Flávio Roscoe.Roscoe. “Os investimentos nessa cadeia estratégica vão incrementar a venda de commodities e fomentar a demanda em larga escala da geração de um gás, cuja exploração está na vanguarda tecnológica e atende a protocolos ambiental e socialmente sustentáveis”, ressaltou.  

“O Governo Federal tem incentivado fortemente as fontes renováveis de energia. Na última reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), aprovamos as diretrizes para o Programa Nacional do Hidrogênio. Apostamos em diferentes rotas de produção e na versatilidade de seu uso energético, buscando um mercado abrangente e com redução de custos”, garantiu o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Durante o evento, especialistas em energias renováveis apresentaram painéis sobre o potencial do estado para a geração de hidrogênio. Ansgar Pinkowski, gerente de Inovação e Sustentabilidade da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro, liderou o painel “Panorama da produção e consumo do hidrogênio no Brasil”. Daniel Gabriel Lopes, pesquisador, sócio-fundador e diretor da Hytron Energia e Gases, conduziu o tema “Processos e tipos de equipamentos envolvidos na cadeia do hidrogênio”. Já a palestra “Conceito de hidrogênio a partir de biomassa” foi apresentada por Plinio Nastari, presidente e CEO da Datagro Consultoria e Marcelo Veneroso, presidente do Conselho de Mercados da ABIMAQ e diretor-consultivo da FIEMG, foi o responsável pelo tema “Qual o papel que o hidrogênio poderá representar para nossa sociedade”. 

Na ocasião, Carlos Alexandre Príncipe Pires, diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, apresentou o “Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2)”.

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