Atrativo e menos complicado: pequenas empresas a caminho da Bovespa

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
19/06/2014 às 08:03.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:03
 (Divulgação)

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Comprar ações ou aplicar em fundos de pequenas e médias empresas ficou menos complicado e mais atrativo para o investidor após o anúncio de um pacote de medidas de incentivo feito no início da semana pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Mas, segundo especialistas, ainda é necessário avaliar os prós e contras dessas aplicações, que envolvem mais riscos, menor liquidez e volume reduzido de negócios em relação às grandes empresas.   Por essas razões, essas companhias não despertam muita atenção, fator que levou o Governo Federal a ceder às pressões do mercado e criar benefícios para atrair pessoas físicas. Com as mudanças, os investidores não terão mais que pagar Imposto de Renda (IR) sobre os ganhos de capitais até 2023, por exemplo – atualmente, a alíquota é de 15% (veja outras mudanças na arte).   “Acho que as medidas serão positivas, porque mudam a rentabilidade relativa, já que isentam o investidor da cobrança do IR, mas ainda estamos falando de negócios com maior risco. Portanto, não são medidas com impacto no curto prazo”, afirma o coordenador do curso de Economia do Ibmec/MG, Márcio Salvato.   Possibilidade   Segundo ele, a redução na carga tributária não é suficiente para oferecer garantias de mercado para vendas futuras. Por outro lado, com o incentivo, a expectativa é a de que as pequenas e médias empresas consigam, sim, captar mais recursos e aumentar o volume de negócios, o que proporcionaria ao investidor mais vantagens na compra de ações.   “A intenção do governo é fazer com que as pessoas desloquem seus investimentos para as empresas de pequeno e médio portes, já que os ganhos com essas ações podem ser satisfatórios”, diz Salvato.   As alterações entrarão em vigor após publicação de uma Medida Provisória, o que deverá acontecer até o final do mês.   BNDES participará das aberturas de capital na Bovespa   Outra medida anunciada nesta semana que deverá ter efeito positivo sobre a venda de ações das empresas de pequeno e médio portes é a compra de 20% dos papéis pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na abertura de capital. De acordo com o professor de Economia do Centro Universitário UNA, Paulo César Machado Feitosa, esse pontapé inicial é uma sinalização do governo para o mercado de que a companhia terá um bom desempenho.   “Isso facilita, porque a empresa se capitaliza mais rapidamente e consegue crescer, fazendo com que nome, marca e ações também se valorizem”, diz Feitosa.   Segundo o presidente do Instituto Mineiro de Mercado de Capitais (IMMC), Paulo Ângelo Carvalho de Souza, o anúncio feito pelo ministro Guido Mantega vai mudar a cara do mercado brasileiro, ainda tímido em relação a outros países, a exemplo do Canadá, que possui cerca de três mil companhias listadas na Bolsa – por aqui, são 350.   “Temos de 20 a 30 empresas mineiras em condições excepcionais de mercado, absolutamente competitivas, com boa prática de governança corporativa. Se tivermos uma economia em crescimento, elas também terão condições de crescer. Os incentivos serão importantes para que o investidor pessoa física passe a ver no mercado de capitais uma alternativa de poupança mais acelerada”.    Bovespa Mais listou nove empresas   Desde 2005, a BM&FBovespa vem trabalhando a inserção de empresas de pequeno e médio portes no mercado de capitais.    O segmento, intitulado “Bovespa Mais” possui nove empresas listadas; duas delas já realizaram ofertas públicas, em 2008 e 2013, com captação de R$ 82,8 milhões, ao todo.   O principal objetivo da abertura de capital é a captação de recursos para financiamento de projetos.

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