A menos de dois meses para o pagamento da primeira parcela do 13º salário, muitos empresários ainda não têm dinheiro em caixa para quitar a obrigação. A primeira parcela, que corresponde a 50% da remuneração, deve ser paga até o dia 30 de novembro e o restante, até 20 de dezembro. A falta de planejamento abre um filão para os bancos, que já abriram linhas de crédito para financiar a folha de pagamento do abono natalino.

Para o micro e pequeno empresário que não conseguiram fazer o provisionamento durante o ano para arcar com a folha de pagamento extra, o empréstimo pode ser a solução. Antes de buscar o recurso com essa finalidade, alertam os especialistas, é importante avaliar com bastante critério as condições oferecidas pelas instituições e os cenários do mercado.

“Mesmo diluído ao longo do ano, o pagamento do empréstimo tem que sair do faturamento. E quanto maior o prazo, maior o custo do dinheiro”, observa o professor Paulo Vieira, consultor financeiro e analista de mercado.

Carência

A carência de até três meses oferecida pelas instituições pode sair cara, pois os juros são calculados sobre o valor a ser amortizado, lembra o consultor. Podendo dispensá-la, orienta Vieira, melhor.

Mesmo porque, caminhando para o fim do ano, com a economia aquecida, o momento é propício para aumentar o faturamento. “É importante lembrar que atraso gera atraso. E, para a instituição, quanto maior o risco, maior a taxa de juros”, afirma o consultor.

A antecipação do faturamento pode ser alternativa melhor do que a tomada de empréstimo. Para o comércio, que nesta época do ano está com estoque cheio e renovado, uma boa campanha de marketing oferecendo vantagens ao consumidor que prefere antecipar as compras de Natal pode ser a solução sem precisar comprometer futuras receitas.

Lembrando que, a partir do dia 30 de novembro, o volume de recursos do 13º salário começa a fazer diferença na economia. Neste caso, abrir mão da margem de lucro maior deve compensar o custo de um empréstimo na última hora.

Neste ano, de acordo com estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), o 13º deverá injetar na economia cerca de R$ 130 bilhões, beneficiando 78 milhões de pessoas.

Estratégia evita sufoco

O ideal para o micro e pequeno empresário é planejar o pagamento do 13º salário, depositando mensalmente pelo menos 1/12 da folha de pagamento e dos encargos trabalhistas. A realização anual de um evento como feiras, explorando o perfil do negócio, para aumentar o faturamento, é outra alternativa para fazer caixa sem precisar recorrer aos empréstimos bancários.

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