BB facilita compra de moradia no campo para 100 mil brasileiros

Janaína Oliveira - Do Hoje em Dia
10/07/2012 às 06:27.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:26
 (Leonardo Morais)

(Leonardo Morais)

Espécie de Minha Casa, Minha Vida do campo, o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) terá um reforço extra para semear e crescer. O Banco do Brasil anunciou, na segunda-feira (9), que vai financiar a construção e a reforma de moradias de agricultores familiares e trabalhadores rurais.

A intenção é atender famílias com renda anual de até R$ 60 mil, ou R$ 5 mil mensais. Pelo menos 100 mil unidades habitacionais no país, sendo 10 mil em Minas Gerais, devem ser financiadas até julho de 2014, quando encerra-se o Plano Safra 2012/2013.

“Como o programa começou a valer hoje (segunda-feira), ainda estamos recebendo as instruções. Mas é certo que no Estado serão financiadas 10 mil unidades, no mínimo”, afirmou o gerente de Mercado de Agronegócios em Minas, Carlos Geovane.

Para ter acesso a crédito de até R$ 25 mil para construção da casa e de até R$ 15 mil para reforma, a renda familiar anual não pode ultrapassar R$ 15 mil.

Nesse caso, segundo o BB, não há cobrança de encargos financeiros e o subsídio é de 96%. O prazo para pagamento é até quatro anos. “Se funcionar mesmo, esse negócio vai ser muito bom pra gente que mora na roça. Pode ser o único jeito de realizar o sonho da casa própria. Com o que a gente ganha, não dá de jeito nenhum”, disse a dona de casa Ana Carla Ferreira de Araújo, 20, moradora do distrito de Córrego Laranjeira, na zona rural de Galileia, no Vale do Rio Doce, ao saber da novidade.

Casada com o vaqueiro Michael de Paula Santos, 22, e mãe de três crianças, com idades entre 1 e cinco anos, Ana conta que a renda da família não passa de R$ 800 por mês. Juntando o salário do marido e o que tiram com bicos, ela e Michael ganham, no máximo, R$ 8,6 mil por ano. Com pouco dinheiro, pais e filhos moram sempre “de favor”, em barracões cedidos pelos patrões. “Sonhamos em construir uma casinha para nós, nem que seja de dois cômodos”, confessa.
Hoje, na casa onde vive, são cinco, apesar de bem simples, com instalações precárias e forro parcialmente destruído.

Crédito subsidiado

Já as famílias com renda anual acima de R$ 15 mil e abaixo de R$ 30 mil enquadram-se no grupo 2 do programa de habitação rural. Nesse caso, os encargos financeiros são 5% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). Para o grupo 3, onde estão as famílias com renda anual acima de R$ 30 mil e até R$ 60 mil, os juros variam entre 6% e 8,16% ao ano, mais a TR. Tanto para agricultores do grupo 3, quanto para que os que se encaixam no grupo 2, os financiamentos podem ser de até R$ 80 mil.

Com a entrada neste mercado, o BB passa a fazer companhia à Caixa Econômica Federal, que já oferece este tipo de financiamento. O vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Osmar Fernandes Dias, entretanto, negou que a intenção da instituição seja competir com a Caixa.

“O fator mais importante que determinou o ingresso do BB nesse segmento é a relação estreita que o banco tem com os agricultores familiares. Não estamos concorrendo com a Caixa. Estamos complementando um trabalho que a Caixa já faz com bastante competência”, disse. (Com Daniel Antunes)

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