Bovespa cai 1% com investidores embolsando lucros

Folhapress
19/09/2013 às 18:45.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:35

SÃO PAULO- Após a euforia causada na quarta-feira (18) pela manutenção dos estímulos monetários nos Estados Unidos, os mercados tiveram nesta quinta-feira (19)um dia de ajustes. Na Bolsa, o principal índice do mercado nacional, Ibovespa, fechou em queda de 1,09%, a 55.095 pontos. O indicador devolveu parte do forte ganho de 2,6% registrado ontem, quando o banco central dos Estados Unidos manteve seu estímulo monetário naquele país inalterado.

"A Bolsa teve uma correção natural. Ela deve continuar sendo afetada pelos desdobramentos do futuro dos estímulos nos Estados Unidos. A manutenção do programa foi boa, por um lado, mas ruim por outro. Apesar de ajudar a manter recursos estrangeiros nos emergentes, a medida também mostra que a maior economia do mundo ainda não se recuperou, o que é ruim", diz Wagner Caetano, diretor da consultoria Cartezyan.

Ao contrário do que os analistas previam, o Fed decidiu ontem manter seu programa de recompra mensal de US$ 85 bilhões em títulos públicos -mecanismo adotado para estimular o país após a crise de 2008. A expectativa era de que houvesse corte no estímulo para algo entre US$ 70 bilhões e US$ 75 bilhões mensais.

O efeito foi positivo sobre os mercados emergentes, que devem manter, ao menos por ora, uma entrada maior de investimentos estrangeiros.

Como estavam fechados após o anúncio do Fed, os mercados de ações da Ásia e da Europa só repercutiram a medida hoje, com avanço. Já as Bolsas americanas, que subiram na quarta-feira depois da decisão, fecharam nesta quinta-feira perto da estabilidade.

A queda do Ibovespa foi influenciada pela baixa de 9,09% das ações da OGX, petroleira de Eike Batista, e pela desvalorização de 1,21% dos papéis mais negociados da Vale. Os dois juntos representam mais de 10% do índice.

Também tiveram queda as ações de construtoras, devolvendo parte dos ganhos recentes depois de analistas afirmarem que estes papéis estavam "baratos", prevendo resultados operacionais e financeiros mais favoráveis no terceiro trimestre.

Em sentido oposto, a alta de 1,38% dos papéis mais negociados da Petrobras ajudaram a amenizar a perda da Bolsa brasileira hoje.

Câmbio
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em queda de 1,32% em relação ao real, cotado em R$ 2,209 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,31%, a R$ 2,201.
Segundo especialistas, a diferença das cotações ocorreu porque ontem o dólar comercial caiu muito mais que o à vista. Enquanto o primeiro cedeu 2,92%, o segundo teve desvalorização de apenas 0,78%. Isso ocorreu porque o dólar à vista fecha às 16h30, e o comercial, às 17h. O anúncio do Fed ocorreu por volta das 15h.
As intervenções do Banco Central brasileiro no câmbio também continuam colaborando para a menor cotação da moeda americana. Hoje, o BC realizou um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro. A autoridade vendeu, ao todo, 10 mil contratos com vencimento em 3 fevereiro de 2014, por US$ 497,2 milhões.
 
A operação estava prevista pelo plano da autoridade para conter a escalada do dólar. O programa do BC -que começou a valer em 23 de agosto- prevê a realização de leilões de swap cambial tradicionais de segunda a quinta, com oferta de US$ 500 milhões em contratos por dia, até dezembro.
Às sextas-feiras, o BC oferecerá US$ 1 bilhão por meio de linhas de crédito em dólar com compromisso de recompra -mecanismo que pode conter as cotações sem comprometer as reservas do país.
 

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