Canteiro de negócios: mesmo com receita em queda, construção atrai cada vez mais empreendedores

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
22/06/2021 às 19:29.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:14

Um dos setores econômicos menos impactados pela pandemia da Covid-19, em 2020, a construção civil não iniciou este ano com o mesmo gás. Com o encarecimento de insumos e o aumento da Taxa Selic, o segmento chegou a apresentar, em março, após resultados seguidos de alta ou estabilidade, uma queda de 34% no faturamento, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). 

Mas isso não foi suficiente para diminuir a confiança de micro e pequenos empresários nos negócios do ramo – tal indicador, em Minas, subiu 15 pontos em maio em relação a abril, segundo o Sebrae Minas, atingindo 115 pontos em 200 possíveis. E tampouco a atração de novos empreendedores.

Também conforme o Sebrae Minas, de janeiro a maio, os serviços relacionados à construção somaram no Estado cerca de 10,5 mil aberturas de microempresas, empresas de pequeno porte e Microempreendimentos Individuais (MEI). Essa última modalidade foi responsável por nada menos que 9.316 inscrições. 

Setor em MG teve balanço entre criações e fechamentos de micro e pequenas empresas e MEI, de janeiro a maio, bem mais favorável do que os obtidos por comércio e serviços

O número pode não parecer muito se comparado aos de outros segmentos, mas o percentual de fechamentos no período sobre o de criações de micro e pequenas empresas e os MEI (26%) é francamente favorável. O comércio, por exemplo, abriu em torno de 34,6 mil pequenos negócios no Estado, mas fechou 13,6 mil (quase 40%). Enquanto isso, no setor de serviços, houve 58,7 mil inaugurações e cerca de 18,8 mil encerramentos (32%) . 

“Na construção, mesmo com o faturamento caindo em março, os empresários seguem confiantes em resultados em médio e longo prazos. Isso vale para empreendedores de menor porte, muitos deles pessoas que eram funcionárias de grandes empresas, mas viram oportunidades no mercado e abriram seus próprios negócios, sobretudo como MEI”, afirma Jefferson Santos, analista do Sebrae Minas.

Reformas

O mestre de obras Antônio José Ribeiro, de BH, se encaixa nesse perfil. Desligado de uma grande construtora há cinco anos, ele decidiu empreender e inscreveu-se como MEI, mas deixou a ideia um pouco de lado até reativá-la, este ano. Com a “Fala Comigo”, MEI de construções e reformas, não tem faltado serviço. “Faço tudo, da fundação à entrega das chaves de imóveis. Mas o que tem gerado muita demanda por agora são as reformas, já que, com a pandemia, as pessoas ficam mais em casa e resolvem mudar os ambientes”, diz Ribeiro.

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