Cardápio caro afasta cliente da mesa do bar em Belo Horizonte

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
15/07/2013 às 06:40.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:03

Os amigos Alexandre Ferreira e Thiago Vieira, ambos administradores de empresas, já não vão mais ao boteco predileto, na Savassi, região famosa pelo aglomerado de estabelecimentos do gênero em Belo Horizonte. Não que tenham sido mal atendidos pelos garçons. Ou que a loura não estivesse gelada, ao gosto dos fregueses. O que pesou na decisão foi o valor indigesto da conta.

“Com o aumento substancial dos preços, passamos a procurar bares mais baratos. É a saída para quem, como nós, jamais abandona o botequim”, dizem os companheiros de gole.

No início do ano, por uma garrafa de cerveja da marca preferida, a dupla desembolsava R$ 5,50. Hoje, só seis meses depois, tem que gastar R$ 7 para consumir a mesma bebida, uma escalada de 27%. “É muito pouco tempo para um aumento desse tamanho. O jeito foi mudar o endereço da diversão”, conta Alexandre, que também assustou-se com a chapa de contrafilé com fritas, reajustada a R$ 37,90.

Happy hour

Colegas de trabalho em um escritório de advocacia, Martius Navarro, Lorena Lordes, Gabriel Teixeira, Pedro Henrique e Ana Argollo também andam trocando o point do happy hour. Por causa da salga dos preços da cervejinha e do tira-gosto, sentar à mesa de bar depois do expediente deixou de ser rotina para tornar-se programa de luxo. “Quando queremos nos reunir, passamos no supermercado, enchemos o carrinho de compras e vamos para a casa de um de nós. Além de pagar bem menos, ainda escutamos a música que queremos”, diz Navarro.

As reclamações dos botequeiros encontram eco nas estatísticas. Segundo dados do IBGE, nos últimos 12 meses, o preço da cerveja em bares e restaurantes de Belo Horizonte acumula alta de 13,88%, mais que o dobro da inflação medida no mesmo período, de 6,7%. Quem opta por drinks à base de destilados também sentiu no bolso. O item Outras Bebidas Alcoólicas variou 14,56%. As estatísticas mostram ainda que o cliente tem razão de queixar-se dos preços da Alimentação fora do lar, cuja elevação chega a 12,18%.

O diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), Lucas Pêgo, admite que clientes habituais de botecos já não vão mais com tanta frequência. E os preços altos, além da Lei Seca, são razões que têm afastado a freguesia. “No primeiro trimestre deste ano, na comparação com igual período em 2012, a Ambev vendeu 2,8% a menos no país, enquanto as vendas da Heineken caíram 6%”, exemplifica.

Na mesma época, ele lembra que o governo aumentou as alíquotas de impostos da cerveja em 2,5%, deixando a bebida no balcão com gosto mais amargo.

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