Cemig admite ser sócia minoritária na GNB

Patrícia Scofield - Hoje em Dia
11/07/2014 às 08:07.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:20

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) deverá ser minoritária na empresa Gás Natural do Brasil (GNB), fruto da fusão da estatal mineira com o grupo espanhol Gas Natural Fenosa (CNF). A informação foi antecipada nessa quinta-feira (10) pelo diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Cemig, Luiz Henrique Michalik.   “A Cemig está comprando os 40% da Gasmig que pertencem à Petrobras (Gaspetro). Teremos, depois, a fusão das empresas (Cemig e Fenosa) e o controle acionário ainda está em negociação. A tendência é a de que a Cemig seja minoritária”, afirmou.   Matéria publicada pelo Hoje em Dia em 17 de junho informou que a Cemig deverá deter entre 30% e 40% do controle da GNB, enquanto a Gas Natural Fenosa ficará com o restante. Atualmente, o controle acionário da Gasmig é composto por 59,6% da Cemig, 40% da Gaspetro (Petrobras) e 0,40% da Prefeitura de BH.   Em 2013, a subsidiária de gás teve lucro líquido de R$ 157,2 milhões, alta de 61,3% na comparação com 2012, quando o saldo positivo foi de R$ 97,4 milhões.     Gasoduto   A privatização da Gasmig, confirmada pela Cemig, viabilizaria a construção do gasoduto da cidade de Queluzito, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, integrando o sistema Gasbel, a Uberaba, no Triângulo Mineiro –com extensão a Uberlândia–, para abastecer a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados que está sendo construída naquela cidade pela Petrobras.   “A estimativa de investimento no gasoduto é de R$ 1,8 bilhão a R$ 2 bilhões e, com a Cemig comprando a parte da Petrobras na Gasmig, não teria aporte para o projeto. Então condicionou-se fazer a operação por meio de um sócio privado”, explicou Michalik.   Em agosto do ano passado, a presidente Dilma Rousseff (PT) confirmou a construção de uma fábrica de amônia da Petrobras em Uberaba. De acordo com o contrato de suprimento, o gasoduto a ser construído pela Gasmig estará concluído até o final de 2016.   Para possibilitar a venda do controle acionário de empresas subsidiárias, o Executivo enviou à Assembleia Legislativa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 68/14. Nessa quinta, não houve quórum na reunião para escolher o presidente e o relator de uma comissão especial para tratar do assunto e a apreciação foi adiada, sem confirmação de data. Foram convocadas reuniões extraordinárias para o início da próxima semana para tentar aprovar a PEC.   Segundo a oposição, o governo quer aprovar “à toque de caixa” e sem fazer a consulta popular prevista na Constituição Estadual. “O relator seria escolhido nessa quinta, o parecer dele seria aprovado no dia seguinte e o projeto poderia ir à votação na segunda-feira. É isso que o governo quer e articula com sua base de deputados”, disse Rogério Correia (PT). A oposição se reuniu, nessa quinta-feira, com o Ministério Público Estadual (MPMG) e com o Ministério Público Federal (MPF), na tentativa de barrar o processo. Os promotores estão estudando o caso.   O vice-líder de Governo na ALMG, Duarte Bechir (PSD), preferiu não comentar o assunto. “Não tenho conhecimento do parecer, então vamos aguardar tudo isso antes de falar da posição do governo”, disse. O líder de Governo, Luiz Humberto Carneiro (PSDB), não foi encontrado nessa quinta.

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