Chegaram, enfim, os dólares da Copa do Mundo

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
14/06/2014 às 08:37.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:00
 (Frederico Haikal/Hoje em Dia)

(Frederico Haikal/Hoje em Dia)

  O comércio de Belo Horizonte começa, enfim, a sentir os reflexos positivos da tão aguardada chegada de turistas para a Copa do Mundo.   Dois deles, o médico Rafael Garcia e seu filho, Rafael Júnior, chegaram em Belo Horizonte na última quinta-feira (12), ansiosos para ver a seleção do coração (Colômbia) entrar em campo, neste sábado (14), às 13h, na partida contra a Grécia, no Mineirão. Ficarão até segunda-feira e até lá pretendem conhecer o Mercado Central, parques e o complexo arquitetônico da Pampulha. Também querem beber muita caipirinha e deliciar-se com a culinária mineira. Dieta e economia, só depois da Copa.   “O mais caro é a alimentação e a bebida. Mas vale a pena o investimento”, disse o pai, enquanto degustava o drink mais famoso do Brasil. “A cidade é bela e a gente, hospitaleira, aberta. Estamos nos divertindo muito”, afirmou Rafael, que desistiu dos “ônibus lentos” e só se locomove de táxi. Por dia, o médico pretende gastar em torno de R$ 300. Júnior desembolsará outros R$ 300. Com hospedagem, a despesa per capita sobe para R$ 700. “E ainda vou comprar presentes”, disse.   Os Garcia fazem parte do exército de 160 mil turistas estrangeiros esperados para o Mundial em Belo Horizonte, segundo a Secretaria Municipal Extraordinária da Copa do Mundo, que estima um público três vezes maior que as contas do Ministério do Turismo.    E a expectativa da capital dos botecos é grande. Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG), Lucas Pêgo, é esperado um aumento de 100% na freguesia e no faturamento dos estabelecimentos, com uma movimentação estimada em R$ 70 milhões.    O executivo colombiano Luis Alvares já gastou um bocado desde que chegou à capital, acompanhado por um time de 20 compatriotas. Só na última sexta-feira (14) torrou US$ 200 com alimentação e muita caipirinha. “A bebida é deliciosa. Mas tudo aqui custa muito mais que na Colômbia”, afirmou ele, que não incluiu no cálculo a diária do hotel.    Os noivos Carolina Ossa e Carlos Gomez também se assustaram com os preços. Diante do ambiente e da festa, porém, só pensarão em dinheiro de volta ao seu país.   Lucros gordos   O apetite e a sede dos estrangeiros estão engordando os lucros dos restaurantes. Na choperia Pinguim, no Carmo, o jogo do Brasil lotou a casa. Para a partida deste sábado (14), entre Colômbia e Grécia, 30 mesas já estão reservadas. “Tem grupo de estrangeiro que passa boa parte do dia aqui”, diz a diretora comercial Layanne Sena.   O bufê especial custa R$ 39 por pessoa, com direito a 16 tipos de frios e 11 pratos quentes.   Graças à Copa, o movimento na churrascaria Baby Beef está 40% maior. “Só ontem (sexta-feira 13) recebemos 10 casais estrangeiros entre argentinos, mexicanos, sul-coreanos, colombianos e holandeses. Até o cônsul da Grécia veio jantar aqui”, disse o gerente Yago Furlan. O rodízio sai por R$ 52,90 de segunda a sexta, e por R$ 62,90 aos sábados e domingos.   No Camisa 12, na Savassi, antigo Bar Devassa, os estrangeiros são 20% da freguesia. No jogo do Brasil, a casa ficou lotada. O tíquete médio chegou a R$ 60. “Já somos campeões”, comemora o proprietário Daniel Ballesteros.    O Alguidares, tradicional restaurante de comida baiana no Sion, também espera boa movimentação. A casa já atrai turistas interessados nos pratos típicos da Bahia. “Muitas agências de turismo nos indicam, trazendo os estrangeiros até aqui”, diz a sócia Deusa Prado. 

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