Churros conquistam consumidores e ganham as ruas de BH

Milson Veloso - Hoje em Dia
10/06/2013 às 11:50.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:59

Girlaine Barbosa, 30 anos, trabalhou a vida toda como doméstica. Em 2012, a mulher, que é casada com um montador de móveis e mãe de dois filhos, decidiu mudar de profissão: virou vendedora de churros. Ela não é a única. Pelas ruas da região Central de Belo Horizonte, os carrinhos com os saborosos doces se tornaram comuns.
 
"Todo mundo sonha em ter um negócio próprio", justifica Girlaine, comentando que há oito meses teve a ideia, pesquisou sobre a área e resolveu investir. Ela comprou o carrinho por R$ 1,6 mil pela Internet, alugou uma loja no Centro da capital mineira por R$ 500, onde produz o material, e foi para a rua Guajajaras com as guloseimas.

Vendida a R$ 2 a unidade, a produção diária de aproximadamente 60 churros - com recheio nos sabores "doce de leite" e "chocolate" - ajuda a complementar a renda da família. "O que eu ganhava como empregada doméstica, consigo faturar com o meu comércio", explica a autônoma.

O segredo para conseguir vender tudo está no relacionamento. Girlaine conhece boa parte dos consumidores, mas também investe em outro quesito: a qualidade do produto. "Para ganhar a clientela, preciso ter sempre o churros novinhos", complementa.

A ideia tem dado certo. A vendedora Sandra Souza, 47 anos, experimentou uma das iguarias e gostou tanto que, em seguida, comprou mais um. "Eu adoro churro desde a infância. Tem um sabor especial", comenta a cliente, confirmando estar mais fácil de encontrar o doce pela cidade.


Regras

O tipo de comércio feito por Gislaine Barbosa é bem comum em BH. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, cerca de 200 ambulantes de tração humana estão aptos para exercer a atividade na capital, mas Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, responsável por monitorar o comércio, não tem dados sobre quantos deles vende apenas churros.

Apesar da popularidade, os carrinhos de pipoca, algodão-doce e outras guloseimas precisam de autorização da PBH para ocupar o espaço público. Segundo o Código de Postura do município, para o exercício de atividade é necessário participar de um processo de licitação e obter licença prévia da administração.


Tem churros?

Originário de Portugal e Espanha, o churro é muito popular nos países latino-americanos, principalmente no México. A massa do produto é feita com farinha de trigo e água, depois frita em óleo vegetal. No Brasil, é comum recheá-lo com doce de leite ou chocolate.

Em um episódio do seriado de TV Chaves (El Chavo del Ocho), produzido pela Televisa, a turma decide vender churros. Vem daí parte da influência que o doce tem entre os jovens brasileiros, pois a produção televisiva fez muito sucesso no país nos últimos 20 anos.

Veja o vídeo do programa, em forma de desenho animado:

 

Ilegal

Os camelôs e toreros - pessoas que exercem atividade comercial de rua sem licença da prefeitura - são proibidos, conforme determinado na legislação. Quem descumpre a lei pode ser multado e pagar entre R$ 596,23 e R$ 1.430,95, além de ter a mercadoria apreendida.
 
Mesmo aqueles que têm a autorização, caso não respeitem as regras, podem ter a licença cassada, receber multa e perder o material, segundo a PBH.

Para controlar a situação, o governo municipal coloca equipes de fiscalização para monitorar rotineiramente alguns pontos alvo para a prática e coibir a atuação irregular.

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