O bom momento da soja, com preços em alta no mercado externo e aumento da produção em Minas, é o responsável pelo clima de euforia econômica vivenciado nos municípios produtores, concentrados no Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste.
Entre janeiro e agosto deste ano, as exportações mineiras do complexo soja (grão, óleo e farelo) atingiu US$ 789,6 milhões, 38,3% superior à registrada em igual período de 2012.
Esse bom desempenho fez com que trabalhar no campo se tornasse mais rentável. Segundo o prefeito de Paracatu, no Noroeste do Estado, Olavo Conde, quem trabalha na colheita ou no beneficiamento do grão recebe atualmente entre dois (R$ 1.356) e três (R$ 2.034) salários mínimos. Na cidade, falta mão de obra para as lavouras.
O diretor da construtora Porto Belo Empreendimentos e Participações, Ítalo Mendes Borges, diz que a boa dinâmica econômica em Paracatu gerou uma forte pressão por expansão física, o que tem sido aproveitado pela empresa, especializada em loteamentos. A Porto Belo vai lançar dois empreendimentos nos próximos meses – um de 125 e outro de 134 lotes. Somados aos outros empreendimentos em andamento na cidade, serão 1,5 mil novos terrenos neste ano.
Flutuação
Além dos 85 mil moradores, Paracatu possui uma população flutuante em torno de 15 mil trabalhadores. “Temos outras culturas no município (sorgo, milho, feijão), além de grandes empresas (Kinross e Votorantim), mas o aumento da exportação da soja realmente chama a atenção e traz fortes impactos”, diz o prefeito.
Em Uberaba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a soja também aumentou a renda da população. Conforme afirma Antônio Santos, proprietário da Terra Agrícola – empresa de implementos agrícolas que possui unidades nos dois municípios, além de Tupaciguara e Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia. Para este ano, em função da soja, ele estima um aumento nas vendas de equipamentos de 20% no confronto com 2012.