Comércio está menos otimista com crédito e demanda

Mariana Durão
03/07/2012 às 15:03.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:17

A Sondagem do Comércio de junho, divulgada nesta terça-feira pela Fundação Getúlio Vargas, aponta uma deterioração das expectativas dos empresários do setor sobre alguns indicadores. Indagados sobre as condições de acesso ao crédito, 51,3% optaram pela opção "normal" e 41,9% pela opção "fácil". No trimestre encerrado em junho de 2011, 45% consideravam a obtenção de crédito "fácil" e 48%, "normal".

"De um ano para cá houve queda de juros, mas provavelmente as instituições estão mais seletivas na concessão, o que pode dificultar a tomada de crédito", aponta Silvio Salles, economista da FGV.

Ainda segundo a pesquisa, o total de empresários que considerava não haver impedimentos ao seu negócio caiu para 30,1% no trimestre terminado em junho, ante 32,8% no mesmo período de 2011.

A percepção se revelou mais pessimista também sobre a demanda e o crédito. Para 13,8% a demanda é insuficiente e para 7,9% o acesso ao crédito bancário é um fator limitativo. No período concluído em junho do ano passado, os porcentuais eram de 9,6% e 4,8%, respectivamente.

Salles destaca que os comerciantes ligados ao comércio de bens de consumo não duráveis, como supermercados (40,9%), combustíveis (35,6%) e produtos médicos (35,2%), estão acima da média (30,1%) e consideram não haver impedimentos à melhora de seus negócios.

Já o comércio de bens duráveis, sensível à situação do crédito, apresenta expectativas abaixo da média. É o caso de móveis e eletrodomésticos (25,7%); tecidos, vestuário e calçados (23,7%) e material para construção (23,2%), em que poucos não veem empecilhos aos seus negócios. A maioria desses comerciantes também considera que há atualmente uma demanda insuficiente por seus produtos, o que justifica incentivos renovados pelo governo a setores como a linha branca e o de automóveis.

"Comparado a um ano atrás, todos (duráveis e não duráveis) tiveram piora na avaliação do quesito demanda, o que reforça a ideia de que a situação atual puxou para baixo o índice de confiança em junho", diz Salles. A pesquisa da FGV consultou ao todo 1.233 empresas, de 4 a 26 de junho.
http://www.estadao.com.br

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