Com atraso e US$ 4 bilhões mais caro, Minas-Rio entrará em operação só em 2014

Bruno Porto - Hoje em Dia
02/04/2013 às 06:38.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:27

Com mais de um ano de atraso e cerca de US$ 4 bilhões mais caro, o projeto Minas-Rio, da mineradora Anglo American, finalmente chega à fase final. A mineradora pretende, até dezembro de 2014, realizar o início das operações e o primeiro embarque de minério de ferro para o Oriente Médio ou a China. A mina será explorada em Conceição do Mato Dentro, na região Central, e um mineroduto de 525 quilômetros de extensão levará a polpa de minério até o porto de Açu, em São João da Barra (RJ), passando por 32 municípios.

O presidente da unidade de minério de ferro Brasil da Anglo American, Paulo Castellari Porchia, afirmou que a cotação do minério não deve se sustentar no médio e longo prazos acima dos US$ 100 por tonelada, mas que os custos de produção do Minas-Rio, de US$ 30 por tonelada, asseguram a viabilidade econômica do negócio. Ele preferiu, no entanto, não informar em quanto tempo o projeto se pagará. O custo de produção considerando o produto entregue no porto da China é de US$ 50 por tonelada.

A curva de custos, explicou Castellari, já contabiliza um eventual aumento da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), o royalty da mineração, de 2% do faturamento líquido para 4%. A alteração é especulada para ocorrer no novo marco regulatório do setor, prometido para este ano.

O Minas-Rio é um plano integrado que consiste em mina, unidade de beneficiamento, mineroduto e porto. O minério sai da mina com aproximadamente 39% de ferro e, após o processo de concentração, atingirá 67,5%.

Embora o início das operações do Minas-Rio esteja programado para o final de 2014, a mina somente vai atingir sua capacidade instalada, de 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, em 20 meses. A vida útil da mina está projetada para entre 50 e 60 anos de exploração. “Temos um acordo com o cliente para o embarque do produto para o final de 2014. O acordo prevê o crescimento gradual da produção”, disse Castellari. Ele acrescentou que metade da produção está comprometida com clientes no Oriente Médio, um quarto, com chineses, e o quarto restante está em negociação com um produtor de pelotas instalado no Brasil

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