Com economia baseada na siderurgia, Vale do Aço enfrenta crise

Bruno Porto - Do Hoje em Dia
08/10/2012 às 07:25.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:54
 (Eugênio Morais/Hoje em Dia)

(Eugênio Morais/Hoje em Dia)

A crise que engolfou a siderurgia nos últimos anos e derrubou o lucro das empresas do setor, acarretando cortes na produção e demissões, enfraqueceu uma das regiões econômicas mais importantes do Estado, o Vale do Aço.

Sede de grandes indústrias siderúrgicas, como a Aperam (antiga Acesita) e a Usiminas, a região encolheu. Desde 2008, quando a crise dos subprimes atingiu seu ápice nos Estados Unidos e se alastrou para o resto do mundo, a região não retomou o caminho do crescimento.

Agora, com importação de aço em alta e exportação em queda, o cenário se agrava.

Demissões

A Usiminas, no segundo trimestre do ano, enxugou seu quadro de empregados. As rescisões teriam atingido cerca de 300 trabalhadores diretos. Entre os terceirizados, embora também tenham ocorridos cortes, não se sabe o contingente afetado. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ipatinga apresenta no ano um saldo negativo de 3.518 vagas no acumulado dos últimos 12 meses. Desse déficit, a indústria de transformação participa com 3.256 postos de trabalho extintos.

“A crise no setor impacta a empresa há algum tempo. Até 2011, como estava concluindo um ciclo de investimentos, as demissões não ocorriam. Mas agora acontecem. O impacto disso é percebido no comércio, com o consumidor inseguro”, afirma o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Ipatinga, Márcio Caldeira.

Arrecadação

Na vizinha Timóteo, sede da Aperam, a arrecadação de ICMS de janeiro a agosto acumula redução de 6,6%. Em agosto a arrecadação mensal registrou a terceira queda consecutiva.
Em Ipatinga, o ICMS arrecadado este ano é 8,1% menor que nos oito primeiros meses de 2011.

Segundo o secretário municipal de Fazenda de Timóteo, Paulo Mendes, as transferências realizadas pelo Estado aos municípios relativo ao ICMS sofreram queda de 34% em 2011 ante 2010, o correspondente a uma redução na receita de R$ 22 milhões.

“Nosso Valor Adicionado Fiscal de 2009 e 2010, formador do índice para este exercício, sofreu uma redução de 20%, contraindo a participação para 0,55% sobre a arrecadação do ICMS do Estado. O resultado desse recuo de participação é uma queda da nossa receita de R$ 12 milhões”, disse.

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