Com queda de 46% no ano, minério barato afeta emprego nas minas

Bruno Porto - Hoje em Dia
11/12/2014 às 09:13.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:20
 (Marcelo Prates/Arquivo Hoje em Dia)

(Marcelo Prates/Arquivo Hoje em Dia)

Desde janeiro o preço do minério de ferro acumula desvalorização de 46% e impacta diretamente a rentabilidade das mineradoras. Para conter os prejuízos que já aparecem nos balanços financeiros, as empresas iniciaram um processo de redução de custos que, em Minas Gerais, já atinge os trabalhadores.

Somente na MMX, neste ano, foram 600 demissões homologadas pelo sindicato dos trabalhadores. Mesmo a gigante brasileira do setor, a Vale, que consegue custos mais baixos de produção, também efetuou dispensas em sua força de trabalho, nas minas em Congonhas, Mariana e Itabira.

A Vale saiu de um lucro líquido de R$ 3,187 bilhões no segundo trimestre de 2014 para um prejuízo líquido de R$ 3,381 bilhões no trimestre seguinte. “A produção bate recordes, mas eles alegam prejuízo pelo preço do minério”, disse o diretor da Tesouraria do Sindicato Metabase de Itabira, Carlos Roberto de Assis.

De acordo com Assis, a Vale desligou neste ano 268 pessoas nas minas de Itabira, o que, segundo ele, está bem acima da normalidade. “Também houve corte nos terceirizados, na área de oficina das minas”, afirmou Assis.

Na mina de Timbopeba, em Ouro Preto, que fica na área do Sindicato Metabase de Congonhas, somente neste mês foram 41 dispensas, alega o diretor-financeiro, Valério Vieira dos Santos. “No auge da crise, em 2009, as demissões chegaram a 60 pessoas”, afirmou. A mina emprega 400 trabalhadores.

Em Mariana, foram 361 desligamentos contabilizados pelo sindicato local de janeiro a setembro deste ano. O contingente supera as 342 demissões dos 12 meses de 2013. “Temos buscado junto à Vale o diálogo direto, propondo realocação de trabalhadores para outras unidades, evitando assim demissões”, informou a assessoria de comunicação do sindicato.

A Vale, via assessoria de imprensa, informou que as dispensas são a rotatividade natural, com substituição de trabalhadores.

A MMX, em Brumadinho, na região de Serra Azul, opera as minas Tico-Tico e Ipê. A companhia registrou no segundo trimestre deste ano um prejuízo líquido de R$ 1,891 bilhão. No ano, de acordo com o presidente do Sindicato Metabase de Brumadinho, Agostinho José de Sales, os cortes atingiram 600 trabalhadores. “Eles empregavam mais de 700, mas agora não ficou quase ninguém”, disse.

Os que ainda estão empregados são alocados no setor administrativo e de manutenção, principalmente. No próximo dia 22 eles entrarão em férias coletivas até o dia 5 de dezembro, segundo o sindicato. Na MMX ninguém foi encontrado para comentar o assunto. 

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