Com Vigor, a tradicional Itambé planeja sua expansão

Tatiana Moraes - Do Hoje em Dia
23/02/2013 às 08:51.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:17
 (Cristiano Couto)

(Cristiano Couto)

A Itambé vai injetar os R$ 410 milhões recebidos pela venda à Vigor de 50% do tradicional laticínio mineiro em projetos de expansão. Segundo o presidente da Itambé, Jacques Gontijo, o montante será utilizado para quitar dívidas e ampliar fábricas. A primeira unidade fabril a ser expandida será a de Pará de Minas. Com a ampliação, a Itambé prevê dobrar os negócios em cinco anos.

Para ser efetivada, no entanto, a associação com a Vigor depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Conforme o presidente da Itambé, que também preside a Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR), proprietária da marca Itambé, a intenção é ampliar a produção e atender ao mercado interno. “Demanda para produtos lácteos no Brasil existe. Falta, porém, capacidade industrial para atender a essa demanda”, diz.

Plano B

Caso a ampliação da indústria de Pará de Minas não seja suficiente para atender ao plano de negócios estipulado para os próximos cinco anos, uma outra usina de processamento pode ser construída. Atualmente, cinco estão em funcionamento.

O estudo de viabilidade da nova planta já existe. Falta, no entanto, apresentar o projeto ao novo sócio. “Eles têm que aprovar para que a fábrica saia do papel”, afirma. Minas Gerais, segundo Gontijo, encabeça a lista de estados candidatos a receber a indústria.

Ao expandir os negócios, novos postos de trabalho serão criados. Hoje, a Itambé possui 3.137 empregados. “Vamos contratar mais gente, mas ainda não sabemos quantos”, afirma.

A estratégia de investir na diferenciação de produtos também será utilizada para que a empresa dobre as vendas em cinco anos. De acordo com o presidente da Vigor, Gilberto Xandó, a diferenciação auxilia no aumento de consumo de lácteos. Hoje, o consumo per capita de iogurte do brasileiro gira em torno de seis quilos. “Nossos vizinhos argentinos consomem 16 quilos per capita”, compara Xandó.

Incremento

Entre as linhas de produtos que devem receber incrementos, estão as de queijos, iogurtes e leites fermentados. Ao apostar na diferenciação e na agregação de valor do produto final, fica mais fácil competir com os demais players do setor, principalmente no preço do leite.

Para Xandó, o mercado já deu sinais de que a transação entre as duas empresas será benéfica. “Com a injeção do capital, damos condições de expansão à Itambé. Em contrapartida, aliamos nosso nome a uma marca que tem produtos de qualidade”, comenta.

Embora a negociação tenha sido concretizada neste mês, os representantes das empresas afirmam que o primeiro contato foi feito em 2011. “Naquela época, as companhias tinham um namoro, que foi encerrado. Agora, elas decidiram casar”, completa.

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