Condição dos negros no mercado de trabalho em São Paulo piora na pandemia

Agência Brasil
29/04/2021 às 18:58.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:48
 (Marcello Casal/Agência Brasil)

(Marcello Casal/Agência Brasil)

A população negra da região metropolitana de São Paulo foi fortemente impactada no mercado de trabalho durante a pandemia do novo coronavírus. Isso é o que mostrou um estudo divulgado nesta quinta-feira (29) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade).

A pesquisa "Trajetórias Ocupacionais" mostrou que a pandemia fez com que as desigualdades estruturais se acentuassem em um curto período, sendo mais desfavorável para o negro. Nesse período, foi ele quem mais sofreu com o desemprego, o trabalho informal e a menor renda.
 Marcello Casal/Agência Brasil / N/A

Segundo o estudo, a cada 100 negros que estavam ocupados em 2019, 24 ficaram sem trabalho no ano passado

No primeiro ano da pandemia, os negros foram fortemente afetados pela crise, com maior dependência de mecanismos de transferência de renda, maior desalento e menor isolamento social devido à necessidade de trabalho presencial.

O estudo demonstrou que apenas 17% dos negros ocupados em 2020 passaram para o regime de trabalho remoto, o que representou metade da parcela de não negros (34%). Essa menor possibilidade de manter o isolamento por meio do trabalho remoto se deve ao fato de, entre os negros, ser maior a parcela em ocupações não protegidas e em atividades consideradas essenciais durante a pandemia.

Entre os mecanismos de proteção à renda do trabalho, o maior diferencial observado foi no recebimento do auxílio emergencial. Entre os negros, 33% receberam o auxílio, percentual superior ao de não negros (27%).

Segundo o estudo, a cada 100 negros que estavam ocupados em 2019, 24 ficaram sem trabalho no ano passado. Metade desses foi para o desemprego e, a outra metade, para a inatividade o que significa que não está trabalhando e nem procurando emprego. Entre os não negros, a mesma porcentagem (24%) ficou sem trabalho em 2020, mas a proporção de inativos foi maior: 15%. Mas os motivos dos inativos negros para não procurarem trabalho se distinguem aos dos não negros pela maior relevância da dificuldade em conseguir trabalho (28%) e a problemas de saúde (18%). Entre os não negros, esses números foram de 18% e 12%, respectivamente.

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