Condições ruins das estradas no país é resultado da má gestão

Hoje em Dia
03/11/2013 às 07:26.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:52

Na questão das rodovias, é necessário reconhecer que o governo tem dificuldade gerencial, como afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Transportes, senador Clésio Andrade, do PMDB mineiro, ao divulgar o resultado da 17ª Pesquisa CNT de Rodovias. Há excesso de burocracia, os projetos não avançam e os recursos autorizados pelo governo federal para investimentos em rodovias ficam retidos. No ano passado, foram pagos apenas 50,3% dos R$ 18,7 bilhões autorizados. Neste ano, dos R$ 12,7 bilhões, saíram dos cofres públicos só 33%, até começo de outubro.

O problema das más condições das rodovias não é exclusivo do governo federal. Em Minas 53% dos 3.595 quilômetros de rodovias estaduais pesquisados foram classificados como ruim e péssimo, considerado seu estado geral – que compreende tanto a pavimentação e a sinalização quanto os aspectos geométricos. Já nos 10.693 quilômetros de rodovias federais analisados, o percentual ficou em 23,3%.

O problema da má gestão dos recursos federais autorizados para as rodovias tem afetado os mineiros. Por nosso território passam algumas das principais rodovias administradas pela União. A promessa de duplicação da BR-262 entre Belo Horizonte e Vitória não sai do papel, enquanto se vê buracos na pista da mesma rodovia, duplicada recentemente entre Betim a Nova Serrana, mal começou a temporada de chuvas.

Investimentos mal feitos ou a falta deles resulta em que, entre a pesquisa da CNT realizada em 2012 e neste ano, em todo o país, tenha piorado o estado geral das rodovias. No ano passado, 62,7% das rodovias apresentavam alguma deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria. Neste ano, subiu para 63,8%.

O Brasil deveria ter investido mais em ferrovias. Não o fez e, com isso, conforme o relatório da CNT, aproximadamente 65% da movimentação de cargas e 90% da movimentação de passageiros se dão pelas rodovias. Investir nelas se tornou assim uma necessidade vital, para reduzir o número de mortes e de acidentes. Só nas rodovias federais que cortam Minas morrem três pessoas por dia, em média. De janeiro a setembro, foram registrados quase 19 mil acidentes nessas estradas. A CNT calcula que o país precisa investir um total de R$ 355 bilhões em suas rodovias.

A pesquisa mostra também que o problema da má gestão não ocorre nas rodovias privatizadas. Mas em Minas foram pesquisados apenas 875 quilômetros dessas rodovias. Ou seja, 6,1% do total.

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