Consumidor adia a compra de bens de maior valor

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
22/06/2015 às 06:29.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:35
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

A crise econômica caiu como uma bomba nos sonhos do consumidor, que precisou adiar as expectativas de compra de bens de maior valor agregado. Carros, televisões, computadores e geladeiras, por exemplo, ficaram no passado. Agora, o brasileiro só tem olhos – e bolso – para os itens de primeira necessidade, como roupas e calçados.

A título de comparação, em maio de 2010, ano em que o crescimento econômico foi forte, a intenção de compras do belo-horizontino era voltada aos carros. De acordo com pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead- MG), naquele mês 13,5% das pessoas pretendiam comprar automóveis. Em segundo lugar apareciam os computadores, com 10,5% das pretensões.

No mesmo mês de 2015, o quadro virou de cabeça para baixo. Os possantes deram lugar à categoria vestuário e calçados, com 25,71% do interesse dos consumidores. Em seguida, apareceram os produtos de informática e telefonia, com 7,62% de participação.

O vice-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marco Antônio Gaspar, afirma que a mudança no perfil do consumidor é nítida. “Sem dinheiro e sem segurança no emprego, as pessoas têm corrido dos produtos mais caros, que precisam de financiamento. Hoje, todo mundo compra o que pode à vista”, diz.

Renda em queda

Em maio, a inflação de Belo Horizonte atingiu o maior índice para o mês em 11 anos e fechou em 1,06%. Com a renda sendo corroída, o consumidor para de arriscar. A taxa básica na casa dos 13,75% também não ajuda. Afinal, ela encarece o crédito.

O quadro se agrava com o aumento da inadimplência, que restringe os financiamentos. Ou seja: o consumidor não tem dinheiro, tem receio de comprar e as instituições financeiras não querem assumir o risco de emprestar. “E, se ninguém compra, ninguém vende e a indústria não produz. Aí vem o desemprego”, lamenta Gaspar.

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