Consumidores brasileiros são disputados por sites de compras nacionais e do exterior

Milson Veloso - Hoje em Dia
06/09/2013 às 15:31.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:43

Roupas, objetos de decoração, produtos de beleza, eletrônicos... é possível encontrar de tudo na Internet. De tudo mesmo. Desde uma bolsa à prova d'água à squeeze de creme dental automática. O web designer Túlio Rocha, de 24 anos, começou comprando peças para "renovar" o guarda-roupa e hoje busca até suplementos vitamínicos na rede. Ele é um dos consumidores que fazem parte de um mercado que se expande cada vez mais no Brasil - o e-commerce.

Somente nos primeiros seis meses de 2013, o comércio eletrônico vendeu R$ 12,74 bilhões, o que representa um crescimento de 24% em comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com o relatório semestral Web Shoppers/e-bit, a expectativa é de que o setor chegue ao final deste ano com R$ 28 bilhões em vendas.

Porém, o mercado nacional ainda enfrenta um grande desafio: concorrer com sites estrangeiros, que oferecem preços competitivos e têm um sistema de logística diferenciado.

Túlio prefere as empresas do exterior por razões simples. "Eu compro pelo preço. Até lâmpada já adquiri", explica, acrescentando: "roupas, geralmente, por motivos variados - além do valor, tenho frete grátis, são bonitas e de boa qualidade". O jovem gasta entre US$ 100 e US$ 200 por mês em e-commerce.

Assim como ele, o estudante Fabiano França, de 28 anos, também usa o meio virtual. Entretanto, se divide entre os sites daqui e os de fora. "Depende do que estou comprando. Para móveis e eletrodomésticos, compro de lojas nacionais. Para pequenos eletrônicos em geral e brinquedos, as chinesas. E quando se trata de perfumaria e afins, as norte-americanas", pontua.


Nacional x importado

A competição com as opções importadas esbarra em alguns pontos que acabam prejudicando as empresas brasileiras. Uma delas é a logística, explica o diretor-presidente da Web Consult e especialista em inteligência digital, Leonardo Bortoletto. "Não temos infraestrutura que facilite a distribuição, isso acaba aumentando os custos e o tempo para a entrega do produto".

Esse impacto é sentido pelos consumidores. "Se os preços nacionais não fossem tão absurdos devido à carga tributária, com certeza daria preferência às lojas do Brasil", argumenta Fabiano.

Quando se compara o país com os Estados Unidos, por exemplo, há uma diferença bem grande no setor. Enquanto por lá a Internet representa aproximadamente 8% das vendas totais do varejo, por aqui, o índice ainda está em 3%, segundo dados da Web Shoppers.

Por outro lado, isso também significa que há muito espaço a ser conquistado. "O crescimento tem ocorrido a cada ano, mesmo em épocas de crise", aponta Bortoletto. "Com a alta do dólar, deve haver uma diminuição das vendas internacionais, podendo beneficiar as empresas brasileiras", acrescenta.


Fim de ano quente

A expectativa de quem trabalha com e-commerce para o segundo semestre é otimista. Apenas no Dia das Crianças de 2012, o faturamento com a data chegou a R$ 897 milhões. As datas comemorativas de fim de ano devem impulsionar ainda mais as vendas.

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Dentre as apostas, está o comércio também por meio de dispositivos móveis, como os celulares. "Tem crescido o investimento para vendas no mobile e há uma sinalização de que ele será intensificado", informa Leonardo Bortoletto.

Segurança

Na hora de fechar uma compra online, é preciso que o consumidor fique atento a alguns tópicos para garantir a segurança da operação. Os principais, segundo Bortoletto, são fazer uma pesquisa sobre a reputação da loja e verificar se ela tem um sistema confiável. Além disso, é recomendável ao cliente observar quais os custos inerentes à compra, como as taxas agregadas.

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