Corte de investimentos na Petrobras afeta toda a cadeia de fornecedores

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
15/01/2016 às 07:31.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:02
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

O congelamento de investimentos e o corte de novos aportes na Petrobras vão gerar um efeito perverso na cadeia de fornecedores da estatal no Brasil e em Minas. A avaliação é do vice-presidente regional da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcelo Veneroso. Segundo ele, a paralisia nas encomendas do setor, que já anda a passos muito lentos, põe em risco empregos e até mesmo a permanência das empresas no mercado.

“Investir pouco é melhor do que nada, mas as notícias só vêm piorando. Até pouco tempo, uma ou outra empresa ainda conseguia fazer negócio. Mas com os novos cortes substanciais anunciados pela Petrobras, não se pode esperar mais nada dela. Vai ficar quase tudo parado”, lamenta Veneroso.

Na última terça-feira, o Conselho de Administração da estatal aprovou redução de 24,5% nos investimentos da companhia em quatro anos. A justificativa é a forte queda dos preços do petróleo e a valorização cambial. De acordo com fato relevante ao mercado, no período de 2015 a 2019, os aportes totais cairão a US$ 98,4 bilhões, contra os US$ 130,3 bilhões previstos anteriormente.

Segundo Marcelo Veneroso, o parque industrial depende de mão de obra especializada e por isso segura os empregos até onde pode. “Quando há uma perspectiva de melhora da economia, os fabricantes relutam para mandar o funcionário embora e o mantêm ocioso no quadro da empresa até as coisas melhorarem. Mas com o horizonte cinzento, fechado como o de agora, fica muito difícil sustentar a situação”, afirma.

7 mil demitidos

Veneroso diz que, no ano de 2015, foram 7 mil demissões no setor de máquinas e equipamentos só em Minas. No país, foram 40 mil demissões. “Se nada for feito, os cortes de pessoal vão aumentar até culminar com o encerramento das atividades”, diz.

Na avaliação do executivo, os juros para o setor produtivo deveriam ser reduzidos para incentivar a produção. Funcionaria como uma injeção de ânimo na desesperança que hoje toma conta dos empresários. As reformas política e tributária também são pleitos do setor, que reclama da inoperância do governo. “Hoje a única ferramenta que temos a nosso favor é o câmbio. Mas o ambiente de negócios está travado”, reclama.

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