Cotação do minério cai abaixo dos US$ 100 por causa da desaceleração do consumo chinês

Bruno Porto - Hoje em Dia
24/06/2014 às 07:10.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:07
 (samuel costa – 21/03/2014)

(samuel costa – 21/03/2014)

O preço do minério de ferro caiu para patamares abaixo de US$ 100 a tonelada, reduziu o valor dos royalties, inviabilizou a operação de minas de alto custo e contrariou expectativas do mercado. No ano, a desvalorização do insumo siderúrgico acumula 28% e afeta também as exportações de Minas Gerais. Em janeiro, a tonelada do minério estava cotada a US$128 e fechou a última sexta-feira (20) a US$ 92,10.

De janeiro a maio deste ano, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a receita gerada com exportações de minério de ferro por Minas Gerais atingiu o menor montante desde 2010, quando o setor atravessou forte crise, com demissões e paralisação de produção em algumas minas. Foram US$ 5,591 bilhões nesse período, redução de 8,5% frente aos US$ 6,112 bilhões dos cinco primeiros meses de 2013.

As atenções do mercado estão voltadas para a China, maior consumidor de minério e de aço do mundo, e principal parceiro econômico de Minas Gerais. Embora seja interesse do gigante asiático a pressão dos preços para baixo, ao romper a linha dos US$ 100, muitas minas daquele país ficam inviáveis em virtude do alto custo de produção, exigindo maior volume de importações, o que gera potencial para elevar o preço no futuro.

Na Austrália, grande produtor de minério, já há registro de operações interrompidas, onde o minério é de baixo teor, em decorrência da queda de preço.

O Brasil, neste ano, embarcou para a China 66,1 milhões de toneladas de minério de ferro, sendo que saíram do subsolo de Minas Gerais 50,9% desse total.

Apetite chinês

Na atual conjuntura, o que causa a redução do preço, do acúmulo de estoques na China, é a tendência de crescimento da oferta em ritmo mais acelerado do que o da demanda.

A oferta cresceu nos últimos anos em função dos altos preços e, do lado da demanda, o apetite chinês caiu, com taxas de crescimento mais baixas da economia. No entendimento de analistas de mercado, a tonelada abaixo de US$ 100 não é sustentável porque a própria China precisaria interromper parte da produção.

Nessa segunda-feira (23), a divulgação de indicadores econômicos da China, apontando para expansão da atividade econômica, motivou elevação de 1,4% no preço do minério, que fechou o dia a US$ 93,40.

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