Custo da energia trava investimento em alumínio

José Antônio Bicalho* - Do Hoje em Dia
08/11/2012 às 12:54.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:01
 (Divulgação)

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O custo da energia no Brasil criou uma situação contraditória para as empresas da cadeia do alumínio. Projetos gigantes nas áreas de mineração da bauxita (matéria-prima do alumínio) e produção de alumina (produto intermediário) estão sendo anunciados, mas, na ponta da cadeia, nenhuma fábrica de alumínio saiu do papel nos últimos 27 anos.

“A bauxita e a alumina são um grande negócio, mas quem trabalha com alumínio está perdendo dinheiro”, disse na última quarta-feira (7) Daryush Albuquerque, diretor do Projeto Rondon, da Votorantim Metais, que participa do Congresso de Mineração da Amazônia, em Belém.

Alumina

A Votorantim investirá R$ 5,6 bilhões na construção de uma planta integrada de alumina (mineração de bauxita e processamento industrial) no Pará, com previsão de início de produção para 2016.

Na segunda fase, o complexo será um dos dois maiores produtores mundiais de alumina, com uma capacidade de algo em torno de 6 milhões de toneladas por ano, a mesma da atual líder, a Alunorte, também no Pará.

Ao contrário da produção da alumina, na qual os processos são basicamente químicos e físicos, a obtenção do alumínio requer grandes volumes de energia elétrica.

“Ninguém é louco de montar uma fábrica de alumínio no país que tem a energia mais cara do mundo”, disse Fernando Coura, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O último projeto implantado no país foi o da fábrica da Albras, da norueguesa Norsk Hidro, em 1985, em Barcarena, no Pará.

“A prometida redução do preço da energia viabilizaria uma série de projetos de alumínio que estão engavetados. Mas, a queda tem que ser de 28%, conforme prometido pela presidente”, disse Coura.

Júlio Sanna, presidente da Mineração Rio do Norte, maior em produção de bauxita do país, em Oriximiná, Pará, disse que a base da cadeia também não tem do que reclamar.

Longe das linhas de transmissão, a Rio do Norte produz sua própria energia em geradores a óleo pesado. “Além disso, a mineração não é uma atividade eletrointensiva. Nossa atividade continua viável, mas é preocupante que a outra ponta (alumínio) tenha deixado de ser”, afirma. (Viajou a convite do Ibram).  

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