Custos para as indústrias brasileiras crescem 4,1% em 2013, apura a CNI

Sandra Manfrini
13/03/2014 às 13:06.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:36

O Indicador de Custos Industriais cresceu 4,1% em 2013, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 13, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apesar do aumento, o ritmo de crescimento é o menor desde 2011. Segundo a CNI, contribuiu para esse resultado o menor ritmo de crescimento do custo de produção, que caiu de 8,4% para 6,0%, em razão da redução dos custos com energia e do menor crescimento dos demais custos, sobretudo, dos com pessoal e com produtos intermediários importados. A pesquisa revela ainda um crescimento do custo de capital de giro de 0,4%, enquanto o custo tributário caiu 0,6% no ano passado.

De acordo com a Confederação, o indicador, formado pelos custos de produção, de capital de giro e tributário, teve altas de 6,4% e 6,5% em 2011 e 2012, respectivamente. Esse aumento de 4,1% em 2013 dos custos industriais é 1,9 ponto porcentual menor do que a elevação de 6% nos preços industriais, o melhorou, portanto, a margem de lucro do setor.

Custo de produção

Com relação ao custo de produção, que inclui custos com energia, pessoal e bens intermediários, houve um aumento de 6% no ano passado em relação a 2012, o que representa a menor alta dos últimos três anos. A redução de 9,1% no custo com energia contribuiu para esse menor ritmo de crescimento dos custos, especialmente a energia elétrica, que recuou 13,5%, embora, no último trimestre de 2013, tenha se elevado em 1,2%. O crescimento do custo de pessoal foi de 7,5%, mas a CNI destaca que, embora elevado, foi o menor desde 2010. Já o custo com bens intermediários teve alta de 6,4%, ante 7,9% de 2012.

Segundo o documento da CNI, o custo com intermediários importados cresceu 7,8% ante 16,2% em 2012. Esse movimento refletiu, principalmente, o comportamento da taxa de câmbio que apresentou menor elevação entre 2012 e 2013.

Capital de giro

A pesquisa da CNI revela que o custo de capital de giro manteve a trajetória de alta iniciada no primeiro trimestre de 2013. Entre o terceiro e o quarto trimestre do ano, foi registrado um aumento de 4,2%. Na comparação com 2012, o indicador médio no fim de 2013 teve aumento de 0,4%. Segundo a CNI, as altas da Selic, a taxa básica de juros, desde abril, contribuíram para esse aumento.

Custo tributário

Com relação ao custo tributário, apesar dos aumentos observados nos últimos dois trimestres de 2013, puxados pelo ICMS, na média do ano, o custo com tributos recuou 0,6% em relação a 2012. Esse foi o primeiro recuo desde 2009. Nos terceiro e quarto trimestres, foi registrada uma alta de 2,8% e 1,6% do custo tributário, respectivamente.

Competitividade

A pesquisa da CNI mostra que, além da recuperação parcial da margem de lucro, a competitividade da indústria brasileira evoluiu positivamente no ano passado, mesmo com um impacto da desvalorização cambial menor do que em 2012. "Os preços, em reais, dos manufaturados importados pelo Brasil cresceram 9,8% (contra 16,9% em 2012) e dos manufaturados comercializados no mercado norte-americano 10,8% (contra 19,2%). Em ambos os casos, os custos industriais cresceram abaixo da taxa de crescimento dos preços internacionais", destaca a pesquisa.
http://www.estadao.com.br

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