Dólar acima de R$ 2,70 complica a vida do turista brasileiro

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
18/12/2014 às 07:48.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:25
 (Divulgação)

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A disparada do dólar conteve o ímpeto do mineiro em viajar para fora do país. A Associação Brasileira de Agências de Viagens em Minas Gerais (Abav-MG) calcula que 25% dos pacotes para o exterior para o período de férias estão encalhados. As opções disponíveis, entretanto, estão até 15% mais caras. 

“O dólar neste patamar assusta e compromete as vendas”, diz o presidente da Abav-MG, Antonio da Matta. Para quem já pagou o pacote, passagens ou diárias de hotel, mas ainda não comprou os dólares para gastar com alimentação e passeios, a dica é se apressar. “É melhor comprar logo. A moeda norte-americana está cada dia mais cara. E muitos analistas já falam que a cotação chegará em R$ 3 no início do ano que vem”, alerta.

Na Exodus Turismo, o dólar mais caro provocou uma queda entre 20% e 25% na comercialização dos pacotes internacionais. Já os passeios para praias brasileiras, inclusive resorts, registraram crescimento de 30%.

“Ninguém cancela uma viagem. Mas o consumidor que ainda não comprou se surpreende com o dólar e procura outra opção”, afirma supervisora do setor de Turismo de Lazer da empresa, Fabiane Carmo. Com receio de novas altas, consumidores promoveram uma corrida às casas de câmbio. Na Despachatur, correspondente da cambial Daycoval, uma funcionária informou que o estoque de dólares estava esgotado. A previsão era a de que a situação estivesse normalizada só nesta sexta-feira (19).

Na última quarta-feira (17), o dólar turismo valia R$ 2,89 na empresa. Mesmo preço foi encontrado na Cotação Câmbio. Na Picchioni, o valor era de R$ 2,84, desde que a reserva fosse feita pelo telefone. No balcão, subia para R$ 2,94. Já na Confidence, o dólar valia R$ 2,90, mas algumas lojas ofereciam desconto de 2%.

Para a professora de MBA em Economia da FGV/ Faculdade IBS Virene Roxo Matesco, a saída é conter os gastos lá fora e evitar o cartão de crédito. “Com o câmbio como está, ninguém sabe qual será a cotação no dia da fatura. E o consumidor pode levar um susto”, adverte.

Na última quarta-feira (17), os mercados financeiros viveram um dia de trégua e dólar comercial fechou em queda após cinco dias de alta. A moeda americana recuou 1,24%, a R$ 2,701 na venda. Apesar da queda, a divisa se mantém no maior patamar em quase dez anos. A menor aversão ao risco, segundo analistas, ocorreu devido à venda de reservas na Rússia e às declaração de Joaquim Levy sobre ajustes na economia.

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