Dólar encosta em R$ 2,84 e fecha no maior valor em mais de 10 anos

Folha Press
10/02/2015 às 22:07.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:59

O dólar testou a barreira de R$ 2,84, maior patamar em dez anos, com o aumento do pessimismo dos investidores internacionais em relação ao destino das moedas emergentes, como o real, se os EUA subirem os juros em junho.   No Brasil, o mau humor é acentuado pelas dificuldades do governo em aprovar as medidas de austeridade fiscal no Congresso, queda de popularidade da presidente Dilma, além dos impactos de um racionamento de água e luz.   Também pesaram as declarações de Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, de que o "repasse" do câmbio nos preços é um dos menores em anos e que a desvalorização do real ajuda a indústria nas exportações e a competir com importados.   Após flertar com R$ 2,84, no entanto, o dólar à vista (referência do mercado financeiro) recuou no final do dia, encerrando em R$ 2,823 (alta de 1,56%), maior valor desde os R$ 2,825 de 10 novembro de 2004. Foi a terceira sessão seguida de valorização.   O dólar comercial, usado no comércio exterior, encerrou o dia com alta de 2,08% (R$ 2,836), maior nível desde 8 de novembro de 2004, quando fechou a R$ 2,837.   O mercado acredita que está cada vez mais próximo um aumento de juros nos EUA, que deve retirar investimentos de países como Brasil.   O presidente regional do Federal Reserve (BC dos EUA) de São Francisco, John Williams, afirmou ao jornal "Financial Times" que o momento para subir os juros estão "mais e mais próximo".   Para Carlos Pedroso, do Banco de Tokyo-Mitsubishi, além da conjuntura nacional e internacional não ajudarem, o mercado teme notícias ruins durante o feriado. "O Carnaval faz com que o investidor adote posições defensivas para que, na volta, não seja pego de surpresa."   "A economia está em uma situação complicada. O Carnaval vem aí. Ficar tantos dias posicionado na Bolsa é complicado. Nunca se sabe o que o governo pode fazer", disse Marcio Cardoso, da corretora Easynvest.   Segundo Marco Antônio Barbosa, da CM Capital Markets, os mercados continuam preocupados com a saída da Grécia da zona euro. Nesta terça, porém, o anúncio de uma reunião de emergência entre os ministros de finanças da zona euro impulsionou as principais Bolsas europeias e dos EUA.   O Ibovespa, no entanto, fechou com queda de 1,77%, aos 48.510 pontos.

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