Dólar fecha a R$ 3,50 com decisão da China de desvalorizar moeda

Folha Press
11/08/2015 às 18:43.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:18

O dólar voltou a subir e fechou a R$ 3,50 nesta terça-feira (11) após o governo chinês decidir desvalorizar o yuan, a moeda local, para tentar melhorar as contas do país e conter uma desaceleração maior da economia chinesa.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia com valorização de 1,32%, para R$ 3,504. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, subiu 1,59%, para R$ 3,498.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, seguiu o exterior e fechou em baixa de 0,57%, para 49.072 pontos.

A decisão do governo chinês de desvalorizar o yuan tem como objetivo melhorar a balança comercial do país. No sábado (8), a China anunciou uma queda de 8,3% nas exportações em julho, a maior em quatro meses e muito acima da retração de 1,5% estimada por analistas.

"A depreciação da moeda chinesa é um ponto relevante, pois abre espaço para novas intervenções nesse sentido. O governo tenta tornar a economia mais competitiva", afirma Ignácio Rey, economista da Guide Investimentos.

Para ele, o anúncio causa preocupação de que a economia chinesa esteja sofrendo uma desaceleração mais forte que a esperada pelo mercado. "O governo pode estar vendo algo que a gente não está vendo. Gera um nervosismo no sentido de saber como está realmente a economia da China. O governo olha algo que preocupa e tenta se precaver de uma desaceleração mais forte", ressalta Rey.

A medida adotada pelo governo chinês fez com que as principais Bolsas do mundo fechassem em baixa e provocou a valorização do dólar frente às principais moedas emergentes, com os investidores saindo de ativos mais arriscados e migrando para a moeda, considerada segura.

A divisa americana se valorizou em relação a 23 das 24 principais emergentes. Isso ocorre porque muitos países emergentes dependem da demanda chinesa por commodities.

No Brasil, a moeda vinha de duas quedas seguidas influenciada pela decisão do Banco Central de aumentar a rolagem de contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Na semana passada, a autoridade monetária elevou de 6.000 para 11 mil o volume de contratos oferecidos.

BOLSA

A decisão chinesa teve reflexo nas ações da mineradora Vale, que fecharam o dia com desvalorização. Os papéis preferenciais registraram baixa de 5,11%, para R$ 14,66. As ações ordinárias caíram 3,88%, para R$ 18,60.

Papéis de siderúrgicas também foram afetados pela decisão. As ações da CSN caíram 3,75%, para R$ 3,85, enquanto as ações da Gerdau cederam 2,98%, para R$ 5,86. As ações preferenciais da Usiminas fecharam o dia em queda de 3,32%, e os papéis ordinários caíram 2,08%.

As ações da Petrobras fecharam o dia em baixa. As ações mais negociadas da petrolífera tiveram desvalorização de 1,21%, para R$ 9,83. Os papéis ordinários -com direito a voto- caíram 0,36%, para R$ 10,97.

As ações da BB Seguridade subiram após a empresa informar que fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 1,215 bilhão, alta de 44% sobre o resultado positivo obtido um ano antes. A alta foi apoiada no efeito do aumento de juros da economia nas aplicações financeiras da empresa. Os papéis sofreram valorização de 1,88%, para R$ 32,50. 

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