‘Deep web’ é o submundo virtual na rede

Franciele Xavier - Do Hoje em Dia
16/12/2012 às 10:34.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:38

A internet é, sim, um vasto mundo de possibilidades. No entanto, o que está disponível para acesso da maioria dos usuários é só a ponta de um gigantesco iceberg. A parte navegável, hoje, é chamada de surface web, enquanto aquela desconhecida por muitos e hóspede de conteúdos não indicados é a deep web. Ou seja, literalmente traduzida para o português, a rede profunda é aquela parte da internet que possibilita atividades ilícitas, desde venda de drogas, documentos falsificados, dentre outros.

A deep web também pode ser o local para encontros de organizações que defendem a rede como um organismo livre e democrático, como Wikileaks e Anonymous. Por causa desses lados distintos, todo cuidado é pouco para não cair nas profundezas.

Quando alguém acessa a deep web e acaba entrando em conteúdos ilícitos, é possível que os membros responsáveis por eles iniciem um processo de investigação para saber quem é o usuário e o que ele está procurando no submundo virtual. E daí pode iniciar-se uma perseguição sem fim.

Iceberg

O especialista em segurança da web e ex-professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC-UFMG), Jairo Duarte, compara a “internet profunda” a um iceberg.

“A parte que é possível enxergar, localizada acima da superfície da água, seria a internet cotidiana, como conhecemos hoje”, explica Duarte. “A outra, que representa cerca de 90% da web, está submersa. Para quem nunca ouviu falar no assunto, a principal diferença entre a nossa internet e a deep web é que, neste lado escondido da rede, nada é rastreado”.

Ele afirma que, na internet convencional, os sites que aparecem nos buscadores são indexados, ou seja, seu domínio e seu conteúdo fazem parte do banco de dados dos provedores de busca.

“Os webmasters que querem visibilidade para seu site, principalmente em primeiros lugares nas listas de resultados, fazem a indexação com o maior número possível de informações. Caso contrário, quando não há interesse em divulgar as atividades desenvolvidas na web, essa vinculação não é feita e vai parar na deep web”, esclarece.
 
Segurança

Por razões éticas e de segurança, a reportagem do Hoje em Dia não vai fornecer as instruções de como acessar o lado oculto da internet, mas, para os curiosos que quiserem arriscar por conta própria, eis a dica do internauta de plantão, Anderson Rabelo de Morais.

“A parte de baixo do iceberg existe por deficiências da parte de cima. Portanto, não é seguro navegar na deep web sem as devidas precauções, já que existem muitos hackers prontos para surpreender os desatentos”, alerta Morais. “É muito importante acessá-la por meio de uma máquina virtual, que não comprometa os equipamentos pessoais do usuário, com um registro que muda a identidade do usuário e permite o anonimato, para evitar perseguições”.

Isso pode ser instalado no computador por meio de ferramentas como Thor ou Freenet, mas, vale lembrar, que o usuário pode se deparar com conteúdos fortes e agressivos. l

 

Dark web envolve sites de alto risco

Não confunda a deep web com a dark web. A primeira é só a parte que não possui conteúdos indexados. A segunda, sim, envolve sites que aproveitam do anonimato, para praticar atividades ilícitas. Um exemplo: o grupo Anonymous detectou uma rede de pedofilia, na deep web, e entregou seus integrantes para a polícia.

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