Desastre de Brumadinho derruba PIB da indústria e economia de Minas segue estagnada

Da Redação
05/07/2019 às 17:11.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:25
 (Marcelo Prates)

(Marcelo Prates)

O movimento de recuperação da economia mineira, que já era lento, perdeu força neste início de ano. É o que aponta o estudo “Indicadores FJP: PIB Trimestral de Minas Gerais - 1° Trimestre/2019”, divulgado nesta sexta-feira (5) pela Fundação João Pinheiro (FJP). As informações são do site da instituição. Segundo o trabalho, o Produto Interno Bruto (PIB) gerado na economia de Minas Gerais, nos 12 meses completados em março de 2019, foi 1,0% superior, em termos reais, em comparação com o período anterior.

Para efeitos de comparação, o crescimento estimado pelo IBGE para a economia brasileira no mesmo período é de 0,9%.

“Tanto para Minas Gerais, quanto para o país, os dados indicam que a recuperação iniciada em 2017 perdeu alento ao longo do ano passado, ameaçando retroceder ou evoluir para uma situação de estagnação econômica. O resultado do PIB de Minas Gerais no primeiro trimestre de 2019 indica que a atividade econômica apresentou estabilidade na análise da série com ajuste sazonal”, diz a nota da FJP.

Na comparação com o trimestre imediatamente anterior (outubro, novembro, dezembro/2018), o índice foi nulo, ou seja, não houve queda nem alta. Em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, houve um pequeno crescimento, de 0,6%.

Setores

O que salvou o Estado de um PIB ainda menor no acumulado de 12 meses foi o agronegócio. Nessa atividade, houve expansão de 0,4% no primeiro trimestre de 2019, em relação ao trimestre imediatamente anterior. Mas na comparação com os três primeiros meses de 2018, em que as culturas e condições climáticas são semelhantes, a agropecuária mineira expandiu 7,2%.

E como esperado, houve queda de volume do valor adicionado na indústria mineira (-1,9%) na análise da série com ajuste sazonal. A retração do setor é associada à paralisação das atividades de extração de minério de ferro em Brumadinho, e do acompanhamento mais rigoroso das demais barragens com interrupção da operação de várias minas. Com isso, a indústria extrativa estadual recuou -20,6% no primeiro trimestre de 2019 em relação ao trimestre imediatamente anterior e -13,3% em relação aos três meses iniciais de 2018.

Nos serviços, houve variação positiva de 0,4% em Minas Gerais, na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
O governo do Estado foi procurado para comentar os resultados, mas ainda não se manifestou.

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