Descompasso entre salários e produção preocupa a indústria

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
12/09/2013 às 07:47.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:53
 (Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

Com os indicadores de massa salarial crescendo mais do que os de horas trabalhadas até julho, a indústria mineira está em alerta diante da redução na produtividade do setor. De janeiro a julho deste ano, a massa salarial registrou alta de 5,24% ante igual período do ano passado, enquanto as horas trabalhadas subiram 5,10% na mesma base de comparação. Os industriais ainda não falam em demissão, mas o sinal amarelo está aceso.

Em julho, a discrepância entre os indicadores continuou. A massa salarial cresceu 3,12%, enquanto as horas trabalhadas variaram 2,57%.

Os dados são do Relatório da Pesquisa Indicadores Industriais (Index), divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Em alguns setores, a exemplo do automotivo, a concessão de férias coletivas e a redução de horas-extras já têm sido adotadas na tentativa de amenizar a perda de produtividade.

“Se temos mais massa salarial do que horas trabalhadas, significa que existe redução na produção. E esse é um problema que nós precisamos corrigir no setor produtivo de Minas Gerais”, afirma o presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da Fiemg, Lincoln Fernandes.

Agravantes

O descompasso entre os indicadores industriais do Estado, de acordo com Fernandes, resultam na ausência de investimentos, criando um ciclo negativo. “Não há porquê haver investimento diante de um cenário como esse”, diz.

Já o faturamento real do setor registrou aumento de 3,42% no acumulado dos sete primeiros meses do ano, movimento justificado pela valorização do dólar, que favorece as exportações e aumenta a competitividade de alguns setores, e pela desova de estoques.

Mas, segundo Fernandes, a variação cambial deverá ter maior impacto a partir deste mês, quando são feitas as encomendas para o final do ano, caso o dólar mantenha-se em um patamar de R$ 2,30.

Apesar do resultado positivo, as perspectivas para 2013 não são favoráveis. A previsão é a de que o faturamento da indústria cresça 1,7% neste ano. Em maio, a previsão chegou a 3,37%, mas foi revisada para baixo.

“Estamos enfrentando uma conjuntura econômica internacional desfavorável, por causa de questões fiscais e tributárias. O ambiente de negócios no Brasil, como um todo, está bastante congestionado”, afirma Fernandes

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