
Além de estarem mais endividadas, as famílias belo-horizontinas têm parcelas cada vez mais significativas da renda dtotal de seus integrantes comprometidas com compromissos acumulados ao longo dos últimos meses.
Segundo pesquisa da Fecomércio-MG, divulgada na quarta-feira (19), em média, 31% da renda das famílias da capital estaria atrelada a tais pagamentos, em abril.
Quando a análise é feita sobre as famílias que recebem até dez salários mínimos, um total de 20,6% têm dívidas que ultrapassam metade dos rendimentos. Outros 77,8% devem até 50% do que recebem mensalmente.
Ao menos no que tange à mordida na renda, a situação é ainda mais crítica em relação às famílias que ganham mais de dez salários mínimos por mês. Conforme o levantamento, 21,2% dos entrevistados têm mais de 50% dos rendimentos comprometidos com as dívidas. Outros 61,8% têm dívidas que tomam entre 11% e 50% dos salários.
Nessa última faixa se enquadra o engenheiro elétrico Guilherme Sant’Anna, de 39 anos. Após ser demitido de uma fábrica de autopeças, em outubro do ano passado, e de conseguir outro emprego, mas com salário menor, em janeiro, Guilherme viu a renda diminuir e tomar quase 60% dos rendimentos.
“Tínhamos alguns compromissos que não conseguimos renegociar e com a queda da renda acabamos vendo o salário praticamente sumir entre tantas contas”, explica.
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