
O comércio de Belo Horizonte dá sinais de sentir os reflexos positivos do avanço da vacinação contra a Covid-19. Depois de amargar prejuízos no primeiro ano da pandemia, em 2020, o setor na capital prevê um crescimento de 1,76% neste mês de agosto – com as vendas para o Dia dos Pais –, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Isso deve representar a movimentação de R$ 1,71 bilhão na economia municipal.
Os dados integram a pesquisa de intenção de vendas para o Dia dos Pais, na qual a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) ouviu 301 lojistas, entre os dias 5 e 13 de julho. A expectativa de aumento das vendas nesta data comemorativa é apontada por 50,1% dos entrevistados.

Tíquete médio -Empresários da capital mineira estimam que consumidor gaste cerca de R$ 123,31 com cada presente para o Dia dos Pais
E, em busca desses resultados e de atender à demanda de consumidores, 28,9% dos lojistas informam que vão aumentar o estoque. Outros 39,5% vão manter o mesmo volume do ano passado.
Cautela
O presidente da CDL/BH, Marcelo Souza e Silva pondera que os comerciantes estão otimistas, mas cautelosos. “Acreditamos que a ampliação da vacinação possa ter contribuído na elevação da confiança dos empresários em relação às vendas. Contudo, eles ainda estão cautelosos, pois, somente quando 60% da população estiver imunizada as restrições de circulação podem diminuir”, analisa.
“A gente está vendo essa constância desde a comemoração do Dia das Mães, do Dia Livre de Impostos, Dia dos Namorados, o que reforça a expectativa boa para o Dia dos Pais. A movimentação vem voltando. Ainda não é igual a antes da pandemia, mas bem diferente do que foi no ano passado”, pondera Marcelo Souza e Silva.
No levantamento da CDL/BH, os empresários estimam um tíquete médio de R$ 123,31 para o presente do Dia dos Pais. Mas, se depender da mamãe de primeira viagem Jéssica Costa, o gasto vai ficar abaixo disso. Afinal, neste ano, além de presentear o próprio pai, terá que comprar algo para o pai do primeiro filho, John Lucca, que está com quatro meses. “Estou pensando em um presente que custe entre R$ 50 e R$ 70 para cada um deles. Está tudo muito caro. Quero procurar bem, para comprar algo que agrade, mas sem gastar muito acima desse valor”, afirma a analista de auditoria.
“Por mais expectativa positiva que tenham, os lojistas precisam estar com a realidade nas mãos. Com boas expectativas de venda, podem recontratar, sim. Mas, neste momento, um lojista que demitiu três ou quatro, está recontratando um ou dois. Esperamos crescimento neste e nos próximos anos”
Marcelo Souza e Silva
Presidente da CDL/BH
Além disso
A projeção positiva da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), na verdade, se estende para todo o segundo semestre deste ano, quando espera aumento nas vendas de 4,8%. Além do Dia dos Pais, datas como Dia das Crianças, Black Friday e Natal devem colaborar para esse resultado, na avaliação da CDL/BH.
O presidente da CDL/BH, Marcelo Souza e Silva, conta que muitas lojas estão atendendo agora à demanda reprimida dos momentos de ápice da pandemia, quando o comércio chegou, inclusive, a ficar fechado.
Apesar da opção de comprar on-line, ele diz que Dia dos Namorados, por exemplo, muitas lojas tiveram mais vendas presenciais do que digitais, por causa do tipo de presente. “Quando você compra um presente para o Dia dos Pais, também, é muito pessoal, quer ver o embrulho, escolher um cartão”, detalha o empresário.
A pesquisa recente da CDL aponta que, apesar da força das vendas virtuais, 94,4% dos lojistas entrevistados acreditam que os consumidores preferem frequentar e comprar em estabelecimentos físicos. E, para este Dia dos Pais, a expectativa é de que a maioria – 66,8% – opte por pagar à vista.