Dieese vê perda de dinamismo na geração de emprego

Agência Estado
15/10/2014 às 18:18.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:38

O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, avaliou nesta quarta-feira (15), que o Brasil continua gerando empregos formais, diferente de outros países, mas reconheceu que houve uma perda do dinamismo na criação de postos de trabalho. Em entrevista,  ele comentou o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de setembro, ele disse que o saldo líquido de vagas com carteira assinada é "consistente" com a dinâmica da economia atual.

Segundo divulgou hoje o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a geração de empregos em setembro foi a mais baixa para o mês desde o início dos governos petistas. O saldo líquido de empregos formais no mês passado foi de 123.785 vagas, resultado de 1.770.429 admissões e de 1.646.644 demissões. Para meses de setembro, o número foi o mais baixo desde 2001, quando foram gerados 80.028 postos. Depois disso, a geração no mês sempre superou os 150 mil. No acumulado do ano até setembro, houve criação líquida de 904.913 empregos formais.

Para reverter esse quadro, o diretor técnico do Diesse ressaltou que é preciso mobilizar o mercado de capitais e empresários para promoverem investimentos de longo prazo. Ele acredita também que, após as eleições, a economia brasileira poderá se recuperar, refletindo no mercado de trabalho. Isso porque, de acordo com ele, durante o período eleitoral há uma incerteza natural que leva muitos empresários a segurarem investimentos e, consequentemente, contratações. "Trabalho com geração de 800 mil a 1 milhão de vagas formais (com carteira assinada) em 2014", comentou.

Clemente avaliou que a política distributiva e de incremento da renda tem sido a responsável por segurar a geração de vagas no mercado de trabalho interno. Ele reconheceu, no entanto, que esse modelo não aumentou a capacidade de investimento das empresas. Questionado se concorda com a tese de que a economia brasileira precisará passar por ajustes em 2015, o diretor defendeu que não é necessário criar um processo recessivo para obter um ajuste estrutural. Ele avaliou ainda que o empresariado é "pragmático" e buscará costurar acordos com qualquer presidente eleito.
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