Dilema do gás mais caro: produto sobe pela 5ª vez no ano e pressiona donos de restaurantes

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
14/06/2021 às 20:25.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:10
 (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

(Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Pela quinta vez neste ano, e a 15ª desde o ano passado, o gás de cozinha está mais caro. O preço médio de GLP sofreu reajuste de 5,9% nas distribuidoras. Segundo o IBGE, somente em maio, o preço do produto subiu, em média, 1,24%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o gás de cozinha já acumula alta de 24%. Para se ter ideia do peso desses aumentos, o IPCA – índice que mede a inflação – para o mesmo período chegou a 8,06%. 

Os sucessivos reajustes são sentidos em Belo Horizonte. Pesquisa do site Mercado Mineiro realizada entre os dias 5 e 10 de junho - antes da nova elevação –, divulgada ontem, mostra que o preço médio do gás de cozinha disparou desde janeiro (9%). O produto, que custava em média R$84,81, hoje é comercializado a R$92,38. Em alguns pontos de venda, o botijão sai por até R$ 103,00. 

A escalada dos valores também é vista no cilindro de 45kg – geralmente usado em restaurantes e edifícios. O produto, que custava R$342,73 em janeiro, passou para R$ 365.08 – alta de 6.52%. 

Para o economista e diretor do MM Feliciano Abreu, esse encarecimento contínuo deve gerar forte impacto, principalmente, no bolso dos consumidores de baixa renda. “As pessoas que mais fazem comida em casa, com o preço do gás cada vez mais alto, vão ter de buscar alternativas, seja diminuir consumo ou até apelar para os fogões a lenha”, afirma ele.

Comida fora do lar

Além de afetar quem come em casa, os reajustes seguidos do gás de cozinha também deixam mais “salgado” os já encarecidos preços da alimentação fora do lar. Outra pesquisa realizada pelo MM no fim de abril já mostrava que o valor médio do quilo em restaurantes havia subido 5,61%, desde novembro de 2020. 

O valor do marmitex também havia disparado, chegando em média R$13,81, 5,64% a mais que seis meses antes. Para o economista do Ibmec Felipe Leroy, aumentos acumulados no gás, somados aos de outros insumos – como energia elétrica, arroz, feijão e carne – não darão opção aos comerciantes, a não ser repassar os percentuais aos clientes. 

“Os donos do restaurantes estão estrangulados, seja pelos fechamentos impostos pelas medidas sanitárias, ao longo dos últimos 14 meses, seja pela elevação dos custos do negócio. Mesmo com a concorrência, eles não tem mais margem e vão precisar transferir reajustes ao preço final”, ressalta.

Variação

A pesquisa do MM também apontou grande variação de preços entre as 105 revendas de gás de cozinha pesquisas na capital. A oscilação chegou a 57% no caso do Cilindro de 45kg (de R$280 a R$ 440), coletado na portaria. Já o mesmo cilindro entregue no bairro custa de R$320 a R$440, uma variação de 37,50%. O botijão de 13kg entregue no próprio bairro variou 22,62% (de R$84 até R$103).

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