Diversificação da matriz exige incentivos do governo

Tatiane Moraes - Hoje em Dia
16/10/2014 às 08:09.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:38
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

Se não investir em tecnologia fotovoltaica, gás natural, biomassa ou nuclear, Minas Gerais pode perder posição no ranking de geração de energia do país nos próximos 16 anos. Das quatro fontes, três (gás natural, biomassa e nuclear) são as que mais devem crescer até 2030, segundo aponta o Plano Nacional de Energia (PNE) 2030, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). 

A energia solar, que começa a aparecer nos leilões, ainda não havia sido citada no plano, mas está na aposta de especialistas ouvidos pelo Hoje em Dia no 9º Fórum Industrial de Produtividade, Energia e Negócios (Fipen). O Estado, no entanto, é fortemente dependente da fonte hidráulica, responsável por mais de 80% do parque energético.

Hoje, Minas Gerais é o terceiro maior produtor de energia elétrica do país, com 11,75% de participação, perdendo para São Paulo, com 16,91%, e Paraná, com 12,24%.

As térmicas a gás natural, segundo o PNE 2030, vão saltar de 3,8% da matriz energética brasileira em 2005 para 8,7%. Na mesma base de comparação, a cogeração de biomassa de cana passará de insignificante em 2005 para 3,2%, enquanto as usinas nucleares irão de 2,7% para 4,9%.

Embora a energia gerada no Brasil seja injetada no Sistema Interligado Nacional (SIN) e distribuída para todos os estados, o CEO da América Energia, Andrew Storfer, afirma que produzir próximo da carga permite maior estabilidade do sistema.

“Imagine que um caminhão traga uma carga de Manaus a Belo Horizonte. Agora, que o mesmo caminhão traga a mesma carga de Contagem a Belo Horizonte. A possibilidade de perdas é menor. O risco de que alguma coisa aconteça com a carga é menor”, afirma Storfer.

Na avaliação do professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) e membro do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica (Gesel), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Amaro Pereira, a energia fotovoltaica vai seguir os mesmos caminhos da eólica, que recebeu incentivos do governo e rapidamente se estabeleceu como competitiva no mercado.

“São necessários estímulos para trazer as placas para o Brasil, seja por meio de redução de importação do produto ou por meio de incentivo para implantação de plantas de fabricação”, comenta Pereira. 

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