Energia à vista dispara 200% por falta de água nos reservatórios

Tatiana Moraes - Do Hoje em Dia
11/01/2013 às 07:21.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:31
 (Cemig/Divulgação)

(Cemig/Divulgação)

Os baixos níveis atingidos pelos reservatórios das hidrelétricas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste - fecharam a quarta-feira em 28,31% da capacidade - puxaram para cima o preço spot (à vista) da energia no mercado livre, onde o valor do insumo é negociado livremente entre consumidores e geradoras por meio das comercializadoras.

Entre a terceira semana de dezembro (15 a 21) e esta semana, do dia 5 até quinta-feira (10), o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), valor da energia no mercado spot, saltou 194%, com o megawatt-hora indo de R$ 188,67 para R$ 554,82. O preço spot é utilizado para quem estoura a cota contratada e necessita de energia excedente.

E a tendência não é de melhora. “O preço da energia no mercado à vista deve se manter alto. A expectativa é a de que a chuva continue abaixo do necessário nos próximos três meses”, afirma o diretor Executivo da Safira Energia, Mikio Kawai Junior.

O motivo dos altos valores cobrados é o custo da energia gerada pelas usinas termelétricas, que tiveram de ser ligadas para compensar a falta de água nos reservatórios, conforme explica o diretor-geral da CMU Comercializadora de Energia, Walter Fróes. “O combustível das hidrelétricas é a água, que é abundante. Das termelétricas pode ser o carvão, o gás, o óleo diesel ou o óleo pesado. Ou seja, o valor é bem mais alto”, diz.

Atrativo

Com a energia mais cara, o mercado livre fica menos atraente. Atualmente, o segmento conta com aproximadamente 1.500 agentes. A expectativa, no entanto, era de que o número dobrasse no curto prazo. “A Medida Provisória 579 e os altos preços à vista afastaram os possíveis clientes”, afirma Kawai Júnior.

Segundo ele, entrar no mercado livre agora é vantajoso apenas para quem deseja firmar contratos de longo prazo, com vencimento em cinco anos, aproximadamente. “Muitas indústrias fecharam contratos de curto prazo e, agora, terão que pagar mais caro”, comenta.

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