Estímulos: transição do modelo econômico é estimada em 6 anos

Amilcar Brumano - Do Hoje em Dia
31/01/2013 às 13:55.
Atualizado em 21/11/2021 às 21:33
 (AFP)

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Um dos desafios para a implementação da economia verde é convencer as nações mais ricas e o capital de que a transição do modelo atual para o de baixo carbono resultará em aumento do PIB e da geração de emprego, com erradicação da pobreza e preservação ambiental. Esse período é estimado em seis anos.

Mas para que o processo dê certo é preciso engajamento dos governos e do setor privado, cumprindo os objetivos estabelecidos pelo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O Brasil é um dos países mais empenhados em colocar em prática a economia verde na indústria e na agropecuária.

Existe um esforço governamental para incentivar meios de produção e consumo sustentáveis, mas ainda aquém do necessário, conforme avalia a diretora de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Monica Messenberg.
“É necessário transformar esse apoio governamental em ações concretos junto ao setor produtivo. Faltam incentivos fiscais, financeiros, creditícios e também administrativos, como processos de licenciamento ambiental mais simplificados e mais rápidos”, avalia.

Para ela, esses estímulos devem reconhecer e premiar as empresas que investem na sustentabilidade.


Investimentos

Sobre investimento em inovação para substituir modelos tradicionais pelo de baixo carbono, a política do governo no setor necessita viés mais forte voltado à sustentabilidade, segundo a diretora. “É preciso incentivar que pesquisa e desenvolvimento caminhem lado a lado com as exigências de padrões de sustentabilidade”, afirma.

Monica Messenberg cita números que colocam a indústria brasileira como uma das mais limpas do mundo. Enquanto dados globais dão conta de que o setor industrial é responsável por 20% da emissão de gás carbônico, a brasileira responde por apenas 11% da geração de gases causadores de efeito estufa no país.

Além disso, o Plano Indústria, criado dentro da Política Nacional de Mudanças Climáticas, estabeleceu meta voluntária de redução das emissões de sete setores industriais em 5% sobre as emissões projetadas para 2020.

Ela destaca positivamente a desoneração da cadeia da reciclagem, em discussão no âmbito da Política Nacional de Resíduos Sólidos e considera que será um avanço a sua aprovação. “Deve-se ter presente que o Brasil precisa crescer, estimular a economia e gerar empregos. Promover o crescimento econômico e o bem-estar social sem comprometer a qualidade e a disponibilidade dos recursos naturais é um desafio presente e um futuro viável”, diz, otimista.

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