O Conselho de Política Ambiental (Copam), órgão da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), julgará, nesta terça-feira (9), se permite à Agropecuária Vale do Cochá desmatar 2.176 hectares de cerrado, em Bonito de Minas, Norte do Estado, para o plantio de eucalipto. A empresa pretende produzir carvão vegetal em volume estimado em 5 mil MDC (metro cúbico de carvão) anuais. De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, outras empresas do mesmo segmento pretendem avançar sobre a área, considerada prioritária para proteção ambiental.
Vários órgãos ligados a preservação do meio ambiente pedem a não emissão das licenças ambientais. O empreendimento seria instalado dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Federal Cavernas do Peruaçu, da APA Estadual Cochá Gibão e na zona de amortecimento do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e do Parque Estadual Veredas do Peruaçu. A fazenda está inserida em área considerada “corredor ecológico do cerrado noroeste”.
Zoneamento
São permitidas atividades econômicas em APAs. No entanto, devem ser aprovadas dentro dos critérios estipulados pelo plano de manejo e zoneamento ecológico e econômico, explicou o promotor de Justiça do Ministério Público, Guilherme Roedel Fernandez Silva. No plano de manejo do Parque Estadual Veredas do Peruaçu ficou definido que são proibidos empreendimentos na área de captação da bacia hidrográfica do rio Peruaçu. “Como 80% da área (do empreendimento) está dentro da bacia, informaremos que não é possível autorizar o licenciamento”, disse o presidente do ICMBio, Bernardo Alves de Brito. Na empresa, ninguém foi encontrado para comentar o assunto.